Acusei esta maioria de criar por esta via um autêntico mecanismo de "Deputado de Bordalo", o que é desdignificante para o Parlamento e para a própria pessoa, individualmente considerada, de cada um. A isto o Sr. Deputado Luís Saias disse zero.

No entanto, reconheceu a existência de graves riscos com a solução aqui encontrada, mas permanece neles. Sr. Deputado Luís Saias, alguma coisa de grave se passa consigo, porque reconhecer os riscos, os erros e não ser capaz de, atempadamente, os emendar em benefício das soluções democráticas para um parlamento como o nosso é simplesmente inqualificável.

Vozes do PCP: - Muito bem!

0 Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Saias.

0 Sr. Luís Saias (PS): - As dúvidas com que o Sr. Deputado José Manuel Mendes se debate já por mim foram esclarecidas nos termos em que entendia fazê-lo. Se o Sr. Deputado não compreendeu, ou não se satisfaz com os meus esclarecimentos, o problema é seu e não meu.

Vozes do PS: - Muito bem!

0 Sr. José Manuel Mendes (PCP): - É uma resposta particularmente "brilhante"!

0 Sr. Presidente: - Para um protesto, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lemos.

0 Sr. Jorge Lemos (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Tentamos e estamos a tratar esta questão como séria.

Risos do PS, do PSD e do CDS.

0 Orador: - Entendemos que o tom a que chegou este debate não deve continuar no Plenário da Assembleia da República, sob pena de pormos em causa o seu prestígio e o das instituições.

Se este debate chegou ao ponto a que chegou, a responsabilidade não foi do Grupo Parlamentar do PCP ...

Vozes do PS e do PSD: - Ah, pois não! ...

0 Orador: - ..., foi de outros - como o Partido Socialista -, que trouxeram questões que não têm de ser aqui analisadas. Daí o apelarmos a uma reflexão mais ponderada e anunciarmos desde já que apresentaremos na Mesa um requerimento para que as soluções constantes deste artigo baixem à Comissão para reponderação.

Vozes do PCP: - Muito bem!

0 Sr. Presidente: - Para contraprotestar, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Saias.

0 Sr. Luís Saias (PS): - Contraprotesto contra o uso abusivo dos requerimentos de baixa à Comissão de que o Partido Comunista tem feito um largo uso nesta sessão.

0 Sr. José Manuel Mendes (PCP): - Agora arvora-se em juiz da apresentação de requerimentos de baixa à Comissão! ...

0 Sr. Presidente: - Para exercer o direito de defesa, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lemos.

0 Sr. Jorge Lemos (PCP): - 0 direito de defesa será exercido citando à Mesa e ao Plenário a Resolução n.º 11/84, aprovada com votos a favor do PS, do PSD, do CDS e da ASDI e publicada no Diário da República, e que dá direito aos grupos parlamentares de proporem a baixa à Comissão das propostas que entenderem dever merecer melhor consideração.

Nestes termos considero-me, e à minha bancada, ofendido pelo facto de o Partido Socialista pôr em causa disposições que ele próprio votou.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

0 Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Temos estado em silêncio na discussão deste artigo, como temos estado em silêncio ao longo da discussão de artigos anteriores, e o mesmo se passará em relação a artigos que se seguirão ...

0 Sr. José Magalhães (PCP): - É triste!

0 Orador: - ... por uma razão muito simples: as nossas posições acerca da revisão do Regimento foram por diversas vezes claramente expressas ...

0 Sr. José Magalhães (PCP): - Desde 80!

0 Sr. Vidiga1 Amaro (PCP): - Só uma? Não! Duas.

0 Orador: - ... não a título de direito de defesa, porque nos termos em que os Srs. Deputados da bancada do PCP se exprimiram não podem ter ofendido ninguém, mas a título de intervenção apenas para vos lembrar isto: o vosso ponto de vista, no próprio momento em que o defendem, não o aplicam. 0 vosso ponto de vista levaria a que a simples ausência de um deputado, por um só minuto que fosse, durante o debate, transformasse em acto hipócrito a participação desse mesmo deputado no momento da votação.

Mas o vosso ponto de vista não é apenas absurdo - não vou socorrer-me da vossa linguagem -, é incoerente, porque no próprio momento em que o