... e a minha própria porque estou incluído nele, obviamente!, e sinto-me ofendido pelas palavras do Sr. Deputado Vítor Hugo Sequeira.

O Sr. Presidente: - Tem V. Ex.ª a palavra.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Aliás, o Sr. Deputado pode ficar descansado porque faço isto mas não é para ter a última palavra, já que o Regimento lhe faculta a si dar explicações à Câmara depois de eu intervir. Portanto será V. Ex.ª a ter a última palavra, fique descansado! ...

O que eu quero dizer é que me parece que perdi um pouco do meu tempo e do tempo da Câmara ao tentar explicar-lhe o que é que V. Ex.ª não devia ter feito. Que o Sr. Deputado viesse aqui denunciar violências, violências por acréscimo gratuitas, desnecessárias e sobretudo entre trabalhadores, nisso ninguém o condenaria e a sua intervenção até talvez tivesse o nosso aplauso. Mas o Sr. Deputado não veio fazer isso. O Sr. Deputado veio aqui acusar o PCP, os comunistas. Veio aqui dizer que os culpados de tudo eram os comunistas, quando isso não é verdade, Sr. Deputado.

Mas nem sequer essa questão de isso ser verdade ou não é importante, Sr. Deputado. O importante é que a mim me dói - e dói-me pe los trabalhadores da UGT mais do que ao senhor - quando trabalhadores andam à luta uns com os outros. Porque eles têm os mesmos interesses, porque eles não têm de lutar uns com os outros, porque eles têm é que defender em conjunto os seus interesses.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - E a mim tanto me dói pelos trabalhadores da UGT como me dói pelos da CGTP.

O que é que fez o Sr. Deputado? Veio aqui pôr gasolina no fogo, veio aqui dividir mais e meter ainda mais a cunha entre aqueles que estão divididos. Foi isso que eu reprovei, Sr. Deputado, e foi isso que o senhor não entendeu, porque se tivesse entendido tinha ouvido o protesto e tinha-se mantido calado passando adiante.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Lamento que o Sr. Deputado não tenha entendido e que eu tenha de lhe explicar assim: a mim, dói-me mais pela UGT do que a si lhe dói, porque eu sinto-os como trabalhadores ...

O Sr. Vítor Hugo Sequeira (PS): - Olhe que não! ...

O Orador: -... e o Sr. Deputado sente-os para pequenas guerras de cor sindical e partidária.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Para prestar esclarecimentos à Câmara, tem a palavra o Sr. Deputado Vítor Hugo Sequeira.

reconhecesse que nessa intervenção eu fiz um esforço para que essa unidade seja um facto. Espero que da sua parte esse esforço também se registe em relação aos trabalhadores comunistas da Lisnave.

Aplausos do PS e do PSD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, não havendo mais inscrições, considero encerrado o período de antes da ordem do dia.

O Sr. Presidente: - Da primeira parte da ordem do dia ...

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Peço a palavra para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Acabo de ler o Diário da República de sexta-feira, dia 8 de Julho de 1983 (o último que nos chegou à mão), e constato que a Constituição vai sendo cumprida e que designadamente foi publicada a Resolução n.º 4/83 da Assembleia da República, que altera o artigo 46.º do nosso Regimento, dando-se assim cumprimento a um artigo da Constituição - cujo número, de memória, não posso citar mas que garanto existir -, que manda que o Regimento da Assembleia da República seja publicado no Diário da República. Só que os leitores deste que por acaso verifiquem que o artigo 46.º foi alterado procurarão debalde não só o anterior artigo 46.º como qualquer um dos artigos do Regimento, que, como os Srs. Deputados sabem, nunca foi publicado.

A revisão da Constituição estipula que o nosso Regimento deve ser publicado no Diário da República. Esse comando constitucional ainda não foi efectivado e eu faço esta interpelação à Mesa para pedir ao Sr. Presidente da Assembleia de República que mande proceder à publicação do nosso Regimento no Diário da República para que não fique esta coisa insólita de haver a publicação de alteração de um artigo mas não haver publicado nenhum dos restantes artigos do Regimento da Assembleia da República.

Vazes do PCP: - Muito bem!