aldeia não têm o tratamento que têm os habitantes de Lisboa mas não há nenhuma lei que possa resolver esse problema! Tenho à minha disposição mais quilómetros de asfalto do que têm os habitantes de Trás-os-Montes; tenho a possibilidade de me transportar em veículo próprio e os habitantes de Trás-os-Montes - por razão até do destino- não têm muitas vezes essa possibilidade; tenho o cimento a preço mais baixo e a gasolina pago-a ao mesmo preço, mas o quilowatt também é ao mesmo preço.
Não falemos de justiça social, Srs. Deputados! Tenho aqui dezenas de cinemas, a Biblioteca Nacional, inúmeras bibliotecas, as Faculdades todas, a Universidade ...
O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Então estude!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado César de Oliveira pediu a palavra para que efeito?
O Sr. César de Oliveira (UEDS):- Para pedir um esclarecimento ao Sr. Deputado Veiga de Oliveira, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.
Vozes do CDS: - Muito bem!
O Orador: - Essa não percebo!
O Sr. João Amaral (PCP): - Nunca perceberá!
O Orador: - Sei que os senhores têm as verdades da justiça guardadas num cofre forte e só VV. Ex.as é que as usam, mais ninguém as pode usar.
Aplausos da UEDS, do PSD e do CDS.
Se calhar é por isso! O Sr. Deputado disse também (e vou citar as suas palavras) que "se trata de uma autorização legislativa com incidência no quadro do financiamento das empresas de transportes". Então o financiamento dessas empresas não tem uma projecção social eminentíssima? O Sr. Deputado, então a sua linha de defesa é das empresas públicas, e, consequentemente, na óptica que muitas vezes tem tentado defender correctamente o sector público, uma autorização legislativa que visa o seu financiamento não tem incidência na justiça social?
Então em que é que ficamos? O sector público, no caso concreto dos transportes, é ou não é uma linha da defesa da justiça social, dos postos de trabalho, do serviço aos utentes, etc., etc.? Em que ficamos, então o Partido Comunista agora virou tecnocrata?
O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Ah, grande César!
O Orador: - Ou não será, no fundo, esta questão muito simples, e desculpará a franqueza com que a ponho: V.Ex.ª têm muitas vezes acusado o Governo de estar ao reboque dos interesses do grande capital, mas aqui, nesta proposta de autorização legislativa, não o podem dizer. Daí, refugiam-se dizendo que se trata de uma mera medida técnica e que não tem nada a ver com a justiça. Essa a razão fundamental por que os senhores nesta matéria, não podendo invocar que se está a defender o grande capital, acabam por argumentar assim.
Eu, em relação ao Governo, estou tranquilo e calmo porque não votei a seu favor. Mas, nesta matéria, "o seu a seu dono"! Esta é uma medida, embora não seja técnico de transportes nexo nunca tenha sido ministro dos transportes ...
Vozes do PCP: - Para nosso bem. Para nosso bem!
O Orador: parece-me que lá ter projecção social, tem!
Terminava por dizer o seguinte: há um provérbio espanhol que diz "no me creo las brujas, mas las hay, las hay".
Aplausos da UEDS, do PS e do PSD.
O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Veiga de Oliveira.
O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Antes de tudo, agradeço o momento de bom humor que o Sr. Deputado nos proporcionou. Só fico com uma dúvida: o Sr. Deputado estava cá quando comecei a intervenção ou não? Estava! Então não estava a ouvir!
Risos do PCP.
Uma voz do CDS: - Estava a jantar!
O Orador: - E digo que não estava a ouvir porque aquilo que eu disse foi uma coisa muito diversa. Disse