das, então não há dúvida nenhuma que o Estado ficará travado na sua necessidade de produzir receitas fiscais.

Srs. Deputados, eu queria ir mais longe, mas, em todo o caso, gostaria de fazer uma ligeira apreciação das afirmações dos Srs. Deputados.

E desde logo para dizer ao Sr. Deputado José Magalhães que se os seus excessos verbais e as ofensas com que cumulou o Governo fossem dólares eu indicava-o imediatamente para Ministro das Finanças e do Plano.

Risos do PS e de alguns deputados do CDS.

Enfim, chamar a isto «pedregulhos», «má fé do Governo», «proposta hipócrita», «governo inepto» - nós conhecemos a vossa aptidão quando tiveram que enfrentar problemas destes e como os resolveram - «termos tolos», «violência cavernária», ...

... «castrar a Assembleia da República na escolha dos compromissos», «escanifrada anomalia», etc., etc., ...

O Sr. Carlos Brito (PCP)- - Está com um bom recorte literário!

O Orador: - Bom, eu posso, na verdade, admirar o recorte literário, mas devo dizer que não é com impropérios que se pagam dívidas externas e internas.

Vozes do PS e do PSD: - Muito bem!

O Orador: - E, na verdade, nós temos mesmo que pagar dívidas e não andarmos aqui a insultar-nos uns aos outros.

Depois, o Sr. Deputado fez aí umas contas, dizendo que o imposto sobre os capitais dava 1 milhão, o imposto de selo 3 milhões, o imposto sobre o trabalho 17 milhões. Quem me dera a mim que as suas contas estivessem certas, Sr. Deputado! Infelizmente não estão, até porque aquele imposto de que nós esperamos uma receita maior, o Sr. Deputado incluiu-o nas minudências, nas coisas que nem sequer vale a pena contabilizar.

Vozes do PCP: - Vale, vale!

A Sra. Zita Seabra (PCP): - Qual é?

O Orador: - Os Senhores sabem fazer propostas, façam-nas.

«Hipócrita proposta de roubo do 13 º mês». Haveria um roubo de 48 %, para a função pública 36 % e, quanto aos salários maiores, 62 %. Penso que estas contas não estão certas, mas cometo ao Sr. Secretário de Estado o papel de as fazer direitas ...

O Sr. Carlos Brito (PCP): - É melhor não as fazer!

O Orador: - ... e de, neste aspecto, responder. Até porque a minha conta é muito simples. A minha matemática é esta, pelo menos em relação a este aspecto: se o imposto fosse de 2 % em relação a 14 meses, eram 28 %; como são 2,8 % em relação a 10 meses, eu entendo que são os mesmos 28%.

Disse-se também que nós anunciámos que íamos atacar os sinais exteriores de riqueza e não atacámos nada.

Ora bem, há que reconhecer-se, que está aqui um começo.

A Sra. Ilda de Figueiredo (PCP): - Mau!

O Orador: - Está aqui um começo. Estão aqui os carros acima de certa cilindrada, estão aqui os iates, estão aqui ...

Risos do PCP.

Riam-se, mas a verdade é que nunca se riram antes, porque ninguém lhes deu a possibilidade desta gargalhada. É a primeira vez que isto acontece desde o 25 de Abril.

Risos do PS.

São atingidos igualmente os prédios acima de 10 000 contos.

Bom, penso que é um princípio. Até onde ele pode chegar, não sei. Mas, de qualquer modo, não é caso para se dizer que não se fez nada relativamente àquilo que se anunciou.

O Sr. Manuel Lopes (PCP): - Quanto aos trabalhadores é que não há hesitações!

O Orador: - Infelizmente nós estamos muito preocupados com o sacrifício que pedimos aos trabalhadores ...

O Sr. Manuel Lopes (PCP): - Imagino!

Voes do PCP: - Eles é que pagou:

O Orador: - Alguns têm compreendido mal, outros melhor. Mas têm compreendido isso e espero que continuem a compreender.

Acusaram-nos ainda de levar informações relevantes a Nova Iorque. Ir uma grosseria desnecessária, à qual eu poderia responder, sem grosseria que quando Moscovo nos permitir linhas de crédito nós iremos levá-las a Moscovo.

Aplausos do PS e do PSD.

O Sr. Presidente: - Peço-lhe que abrevie a sua intervenção, Sr. Ministro.

O Orador: - Abreviarei, já que tem de ser, Sr. Presidente.

O Governo tem pressa, diz o Sr. Deputado. E exacto. O Governo tem pressa e compreende-se que a tenha,