O Sr. Cardoso Ferreira (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Cardoso Ferreira (PSD): - Sr. Presidente, pedi a palavra ao abrigo da mesma figura regimental que permitiu o Sr. Deputado João Corregedor da Fonseca usar da palavra.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, não vejo como será possível.

O Sr. Cardoso Ferreira (PSD): - Eu também não vi como, Sr. Presidente. Simplesmente, se V. Ex.ª deu a palavra ao Sr. Deputado Corregedor da Fonseca, julgo que terei o direito de fazer uma segunda defesa.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, essa não é uma figura regimental, lamento, mas não lhe poderei dar a palavra.

Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Antunes da Silva.

aspirações.

Não disponho de tempo para, nesta intervenção, abordar os inúmeros e verdadeiros problemas do meu distrito, nem talvez a abordagem global desses problemas fosse a forma mais correcta de os tratar.

Por isso, limitar-me-ei a referir a problemática das vias de comunicação que servem a zona do Pinhal e, em intervenções posteriores, aludirei a outras questões, tais como à difícil situação da indústria têxtil da Covilhã e de outros núcleos industriais, ao Plano de Regadio da Cova da Beira, à ligação ferroviária, ao aproveitamento das potencialidades turísticas do distrito, etc.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Tal como anunciei, vou referir-me à rede viária da zona do Pinhal e, em particular, à principal estrada que dá acesso àquela zona e que, com toda a propriedade, considero um caso de escândalo nacional e, como tal, deve ser denunciado.

Trata-se da estrada nacional n.º 238, no troço compreendido entre Alviobeira (proximidades de Tomar), e o limite do distrito (a albufeira do Castelo do Bode).

O dito troço - com uma extensão de cerca de 17 km - encontra-se praticamente intransitável devido ao péssimo estado do piso.

As dificuldades de circulação são ainda acrescidas pelo tortuoso traçado e exiguidade da faixa de rodagem, de tal modo que um camião de reduzida tonelagem dificilmente se cruza com um automóvel ligeiro.

Para ilustrar o estado deplorável daquela estrada basta dizer que muitos motoristas fazem desvios de quilómetros por estradas e caminhos municipais para evitar aquele troço, o que provoca uma deterioração prematura destas vias que não estão, naturalmente, preparadas para a utilização constante por veículos de grande tonelagem.

Não são, porém, o péssimo estado do piso, o tortuoso traçado e a exiguidade da faixa de rodagem que me permitem classificar a situação daquela via de escândalo nacional.

E que, para além disso, existe algo de incompreensível, porquanto a dita estrada nacional n.º 238 está sob a jurisdição de duas direcções de estradas - a de Santarém, até à albufeira de Castelo do Bode, e, a partir daqui, a de Castelo Branco, sendo certo que o troço sob a responsabilidade desta tem sido objecto da atenção indispensável, o que não acontece com a parte pertencente à Direcção de Estradas do Distrito de Santarém.

Não se encontra justificação para esta situação, pelo que sou forçado a concluir que a Direcção de Estradas de Santarém não está preocupada com o isolamento do interior centro do País, tanto mais que na restante área da sua intervenção não se vêem, felizmente, casos como aqueles a que nos referimos.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: O meu distrito é dos mais atrasados e desprotegidos do País, não obstante integrar zonas detentoras de enorme riqueza, como é a zona do Pinhal, que compreende, no distrito, os concelhos da Sertã, de Oleiros, de Proença-a-Nova e de Vila de Rei, todos eles servidos directa ou indirectamente pela estrada nacional n.º 238.