O Orador: - Não tenho nenhuma observação a fazer e os «muito bem» que o meu colega de bancada Nogueira de Brito referiu ao longo da sua exposição são comungados também por mim.

Em relação ao Sr. Deputado Paulo Barrai, queria dizer-lhe o seguinte: agradeço as observações que me fez, mas saliento que eu disse expressamente que reconhecia e tinha consciência de que boa parte das insuficiências que notava para a proposta do Governo também diziam respeito ao projecto de lei do CDS, ou seja, a filosofia de base que defendi para o tratamento desta questão existe quase tanto, diria mesmo, tanto na proposta do Governo -pelo menos no seu desenvolvimento - como no projecto de lei apresentado pelo CDS.

Por estes motivos, referi que o projecto de lei apresentado pelo meu partido tinha boa parte das insuficiências de base que tinha salientado para a proposta do Governo. O que acrescentei foi que, a meu ver, o projecto de lei do CDS faria menos a divisão administrativa no País que o do Governo ... apenas isso.

Devo dizer-lhe, Sr. Deputado, para ser completamente sincero, que não devia existir nesta Assembleia, no estado em que a questão se apresenta, nenhuma proposta ou projecto de lei, e é por isso que só posso receber a sua classificação de hipocrisia em termos meramente figurados.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Para um protesto ..., naturalmente, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Bom, naturalmente não sei ...

O Sr. César Oliveira (UEDS):- Sr. Presidente, já aqui se têm feito coisas como «um breve protesto», «um meio protesto», de modo que eu resolvi fazer um protesto natural!

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado está no seu direito, tem a palavra.

O Sr. César Oliveira (UEDS):- Sr. Presidente, Srs. Deputados: O processo político português tem-nos habituado a diversas originalidades e agora temos mais uma, isto é, o secretário-geral do CDS desconhece um projecto de lei apresentado aqui na Assembleia da República por muitos deputados do CDS, entre os quais 'o Sr. Deputado Abreu Lima, que subscreveu o projecto de lei relativo a Canas de Senhorim e que agora vem apresentar um projecto de lei que exclui Canas de Senhorim.

É uma originalidade portuguesa ... Enfim, temos de nos esforçar por compreender muitas coisas.

O Sr. Deputado concorda comigo..., muito agradecido - não precisava do seu acordo, mas de qualquer modo agradeço-, e já agora colocava-lhe uma outra questão: não sei se viu a televisão - eu sou um fã de televisão, tenho este vício, de que muito me penitencio às vezes, mas tenho este vício ...

Vozes do CDS: - Um mau gosto!

O Orador: -... e uma das coisas que vi há pouco no telejornal foi o Sr. Presidente da Câmara de Guimarães dizer que «até agora utilizámos todos os meios legítimos», ou seja, vão passar a utilizar alguns meios ilegítimos. Eu sou contra os meios ilegítimos, quer sejam utilizados pela população de Vizela quer sejam utilizados pela população de Guimarães. Pergunto-lhe: o Sr. Deputado é contra os meios ilegítimos que possam vir a ser utilizados pela Câmara de Guimarães no sentido de granjear posições para a sua tese?

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Vieira de Carvalho deseja responder?

O Sr. Vieira de Carvalho (CDS): - Sr. Presidente, não sei que figura regimental me é consentida ...

O Sr. Presidente: - Ê um contraprotesto, só com essa figura é que poderá responder.

O Sr. Vieira de Carvalho (CDS): - Seria, Sr. Presidente, uma figura regimental de certo modo insólita para o contexto em que se podem desenvolver as minhas palavras.

O Sr. Presidente: - Mas se o Sr. Deputado não o deseja utilizar não pode usar da palavra.

O Sr. Vieira de Carvalho (CDS): - Então, Sr. Presidente, com a permissão de V. Ex.ª utilizaria a figura regimental do contraprotesto.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Vieira de Carvalho (CDS): -Sr. Deputado, eu também sou um fã de televisão ... Vejo cada vez menos o telejornal, por razões que V. Ex.ª calcula. O telejornal está convertido cada vez mais numa espécie de «telenovela» do Governo.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Isso é novo ... dantes não era!

O Orador: - De qualquer modo devo dizer-lhe que sou contra os meios ilegítimos; no entanto, o que penso, e disse-o na minha intervenção, é que esta questão de Vizela e de Guimarães - não aludi a