Protestos do PS, do PSD e do CDS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peço que criem as condições para que a intervenção do Sr. Deputado Jorge Lemos possa ser ouvida, como merece.

Faça favor de continuar, Sr. Deputado.

O Orador: - Que V. Ex.ª, Sr. Deputado Silva Marques, possa ter tormentos de consciência que o levem a dizer tamanhas aleivosias, o problema é seu. Agora, não envolva a dignidade de um homem e a honra de um partido ao querer trazer esses seus tormentos para esta Casa.

Aplausos do PCP.

Protestos do PSD.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Silva Marques pede a palavra para que efeito?

O Sr. Silva Marques (PSD): - Para responder, em termos de defesa pessoal, ao Sr. Deputado Jorge Lemos, em consequência dos termos que utilizou para se defender.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Silva Marques; no entendimento que vem sendo dado a essa figura, tem V. Ex.ª a palavra.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado Jorge Lemos, remeto-o para as edições publicadas do Avante ...

O Sr. Carlos brito (PCP): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado Carlos Brito.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Deputado Silva Marques, indique onde podemos encontrar a afirmação do meu partido após o assassinato do general Humberto Delgado ...

Risos do PSD.

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Antes e após!

portugueses a fazerem-no, no que foi uma grande jornada contra a ditadura fascista. O que é pena é que o Sr. Deputado aqui a invoque quando está a fazer mera especulação político-partidária.

Aplausos do PCP.

Disse que lhe chamaram o «homem de palha» do imperialismo americano, preparado pela CIA, etc. ... Digamos que foi mais sóbrio do que eu, na medida em que se limitou a reconhecer que lhe tinham chamado «homem de palha».

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lacão.

O Sr. Jorge Lacão (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Para os socialistas, os princípios da ética e da moral não são um capítulo da política capaz de se deixar instrumentalizar nas lutas pelo poder. (Vão é, portanto, Srs. Deputados, algo que se possa fazer e desfazer em função dos interesses da geopolítica, de interesses meramente partidários e, mais do que isso, de interesses ao serviço de objectivos mais planetários do que aqueles que permitiam uma certa e justa visão patriótica dos que, em cada momento, se põem em debate nesta Câmara.

É por isso que, por parte do Partido Socialista, com igual frontalidade, podemos denunciar o que se passa na Turquia e as torturas que têm lugar nos países de Leste.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Quais? Quais?

O Orador: - E o que não compreendemos, Srs. Deputados, é que da bancada do Partido Comunista se possa fazer a acusação a certas personalidades que, em certa altura, não se solidarizaram com a situação de dissidentes forçados em que se encontravam os militantes do Partido Comunista e que agora esses mesmos militantes, em nome dos mesmos princípios de justiça, não saibam, não queiram ou não possam solidarizar-se com outros dissidentes que se encontram neste tempo histórico em condições seguramente semelhantes àquelas em que eles se encontravam uma década atrás.