classe, mas o contrário que é a imagem de marca do Governo.

Referiu anda a Sr.ª Deputada Ilda Figueiredo algo que tem aquilo que é curioso na vida, que é não ser verdade nem mentira; é uma meia verdade. É uma meia verdade nestes termos - e eu cito o que V. Ex.ª disse, de acordo com as notas que tomei:

O objectivo fundamental do Governo é a redução drástica do baixo nível de vida, é o aumento do desemprego, o que favorece o grande capital. E isso faz reerguer a bandeira negra da fome.

Suponho que consegui apontar o essencial da intervenção de V. Ex.ª

Mas fez também a afirmação interessante de que, com essa análise que produziu, fazia reerguer a bandeira negra da fome. Julgo que aqui há é que substituir o risco de reerguer essa bandeira negra da fome pelo esforço que o Governo está a fazer de reerguer uma outra bandeira - que V. Ex.ª, suponho, também conhece -, que é uma bandeira verde e rubra, de recuperar a economia portuguesa.

Aplausos do PS e do PSD.

E nós vamos esforçar-nos e vamos conseguir reerguer a bandeira do nosso país. E vamos fazer isso, conseguindo fazê-lo sem que haja «bichas» ...

Protestos do PCP.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peço a vossa atenção.

O Orador: - ... e sem sequer ser necessário garantir que aqueles que pagam em divisas tenham lojas especiais para comprar produtos a que aqueles que pagam em moeda nacional não têm acesso.

Aplausos do PS e do PSD.

Posso dizer a V. Ex.ª que tenho alguma experiência - pouca - dessas situações, porque já comprei, em divisas, nessas lojas, e ao lado dos cidadãos nacionais que não tinham acesso a elas. E isso resolve-se controlando o défice da balança de pagamentos.

Protestos do PCP.

0 Sr. Deputado Octávio Teixeira referiu que não é com políticas conjunturalistas e monetaristas que se resolvem os problemas da economia portuguesa. Suponho que V. Ex.ª ouviu com alguma atenção - pelo menos um pouco - a minha declaração iniciar, e eu, sobre este ponto, só tenho que dar um comentário adicional: é evidente que não, é evidente

que não é isto que nós estamos a fazer. Com certeza que não é como V. Ex.ª diz que esse problema se põe. 0 que me parece mais complexo e um pouco mais delicado da parte do Sr. Deputado Octávio Teixeira é quando refere qualquer coisa que tem a ver com os vendilhões da soberania nacional. Julgo que são palavras pesadas, são palavras sérias, e se estas palavras correspondem à ideia que elas traduzem não são sérias, são muito sérias.

0 Governo tem uma preocupação séria e grave de defesa de uma política de interesse nacional e o Governo não pode admitir - e não admite - que esta expressão que V. Ex.ª usou corresponda a uma ideia de fundo.

0 Sr- Carlos Carvalhas (PCP): - Era o que faltava!

O Orador: - A propósito daquilo a que V. Ex.ª chamou a submissão da economia nacional à tutela dos centros financeiros internacionais referindo os vendilhões da soberania nacional, devo dizer-lhe que é qualquer coisa que não corresponde, nem de perto, nem de longe, a um grau de aderência; é uma força de expressão, pela qual, julgo, é difícil felicitá-lo.

Vozes do PCP: - É a Carta de Intenções!

continuá-la, queremos aprofundá-la. 15so é indispensável para o futuro de Portugal e isso passa, entre outras coisas, como aliás referi há pouco, pela abertura dos sectores que estão vedados à iniciativa privada para o que o Governo pediu autorização legislativa, e vai cumprir, vai fazer.

Agora, o que V. Ex.ª não pode é, neste quadro, fazer uma interpretação estrita, dogmática, desta evolução da política económica do Governo, reconduzindo-a a três ou quatro conceitos de carácter geral. A política do Governo é uma política de recuperação económica, é uma política de esforço para a construção do futuro da economia portuguesa - e esse não é um quadro que caiba em duas ou três pinceladas do tipo de uma política de recuperação capitalista.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Finalmente, temos aqui um conjunto de perguntas que o Partido Comunista formulou ao conjunto do Governo, que nós já pudemos analisar