mico e social pela produção nacional de produtos que até aí se importavam.

Trouxemos aqui exemplos significativos. Não obtivemos resposta. Admitindo que dada a seriedade da questão a resposta tenha sido reservada para o Sr. Primeiro-Ministro e por isso recordamos e insistimos nalguns aspectos essenciais.

Como se pode admitir que continue paralisado o empreendimento do Alqueva, sabendo-se a sua enorme importância do ponto de vista agro-pecuário, e sabendo-se que praticamente não implica importações?

O que é que impede a produção e industrialização nacional da beterraba sacarina quando é sabido que, num projecto concreto, o dispêndio de 2,4 milhões de contos em divisas seria recuperado em 17 meses de produção, visto que o projecto permitia evitar a importação de açúcar no valor de 2 milhões de contos por ano, e isto sem contar com a produção de polpa e melaços?

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - É o artesanato!

uma forma possível e desejável para o financiamento da componente importada dos grandes investimentos?

E por que é que o Governo não combate - e pelo contrário favorece - a fuga de dezenas de milhões de contos para o estrangeiro que poderiam e deveriam ser canalizados para o pagamento das importações necessárias?! E por que não se limitam as importações desnecessárias.

Vozes do PCP: - Muito bem!

Aplausos do PCP.

... na banalização do reescalonamento das dívidas - que se tem mostrado altamente lucrativo para os banqueiros do imperialismo. Cai-se na «escravidão pela dívida», nas importações impostas, numa posição «neo-colonial», subalterna e apendicular na divisão internacional capitalista do trabalho!

Aplausos do PCP.

Se não arrepiássemos caminho e não mudássemos rapidamente de política seria este destino de sujeição que nos estaria reservado, num momento em que o imperialismo acentua a sua agressividade e as suas exigências em relação aos países dependentes.

A brutal invasão de Granada pelos marines dos Estados Unidos às ordens do Sr. Reagan é um sinal disto mesmo. Mas a pronta declaração de apoio do Governo português a esta operação repugnante contra a soberania de um povo e os direitos do homem são a evidência da maneira como este governo amarra Portugal aos mecanismos da dependência e nos envolve nas aventuras belicistas do imperialismo.

Aplausos do PCP.

Neste quadro assumem enorme importância as grandes movimentações populares que se desenvolvem no País como por toda a Europa Ocidental com a participação de várias forças políticas - incluindo partidos socialistas e sociais-democratas - contra a instalação de armas nucleares, a favor do desanuviamento, do desarmamento e da paz.

Aplausos do PCP. Risos do PSD.

Estou muito admirado com as reacções da bancada do PSD. Não é verdade o que disse? Os sociais-democratas europeus e o presidente da Internacional Socialista, Sr. Willy Brandt, não estão participando nessas manifestações? Esses são sociais-democratas!

Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Esta interpelação permitiu uma aquisição fundamental. Está hoje provado que o povo português não está condenado a afundar-se com a política do Governo. A existência de uma alternativa geral e de medidas alternativas muito concretas de que aqui trouxemos os traços e em que convergem diferentes sectores da vida nacional é uma evidência indesmentível, e reconhecida pelo Governo no próprio debate.

O isolamento do Governo e da sua política é outro dado adquirido. Não passa certamente despercebido ao Sr. Primeiro-Ministro que são cada vez mais aqueces que não vos querem acompanhar nas companhias que