O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Mentira.

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - É a «lusofarmacêutica».

Risos do PCP.

O Orador: - Estamos a trabalhar exactamente como dissemos. Previmos que iam ser pedidos ao povo português sacrifícios e estamos, com coragem, a fazer uma política de austeridade e rigor que implica sacrifícios.

Nenhum governo, ao contrário do que pensam os Srs. Deputados interpelantes, faz uma política restritiva por prazer, ou deixa de dar subsídios quando pode dar por prazer, ou deixa crescer o desemprego por prazer, ou deixa crescer a inflação por prazer, ...

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Ou os lucros por prazer.

Risos do PCP.

O Orador: -... mas nós sabíamos que, nas condições objectivas em que se encontrava o nosso país, não era possível fazer, a curto prazo, durante a conjuntura, outra política.

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Falso!

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - E o desemprego?

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Falso!

O Orador: - De 1981 a 1982, o défice da balança de transacções correntes subiu de 11,5% para 14% do produto interno. Era o mais elevado de todos os défices dos países da OCDE e um dos maiores do mundo. A dívida externa duplicou em 3 anos. Em 1982 o peso...

Vozes do PCP: - De quem é a culpa?

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Tudo isso aconteceu por causa da vossa política!

O Orador: - Oiçam com calma!

Estava a dizer que o peso dos juros da dívida é de cerca de 5% do produto nacional. O défice da balança de transacções correntes em 1982 foi de 3200 milhões de dólares. Este governo vai reduzir este défice para menos, porventura, de 2 biliões de dólares.

A parte da receita orçamental absorvida pelos juros da dívida pública passou de 19,3% em 1980 para 37,3% em 1983. A continuar assim, como é que os Srs. Deputados pensam que se poderá governar, em termos de democracia, este país?

Daí a necessidade imperiosa e patriótica -que ninguém com bom senso e com sentido das responsabilidades pode negar - de agir imediatamente sobre a conjuntura, sobre a redução dos défices e de conter a despesa interna, quer o consumo, quer o investimento.

Haveria seriamente outra política conjuntural possível? Ninguém se atreve, por mais que o PCP fale no aumento da produção -que não pode surgir a curto prazo -, a dizer. Aliás, temos todos os exemplos europeus, como sejam a Espanha, a Itália e da própria França. Esta, por exemplo, está a fazer a política de rigor e de austeridade que está a fazer o Governo português, com a presença no seu Governo de ministros comunistas. Não me consta que estes ministros comunistas estejam a denunciar essa política do Governo francês.

Aplausos do PS, do PSD, da UEDS e da ASDI.

É óbvio - e constatámo-lo na Cimeira de Atenas -: que os socialistas não gostam, nem têm vocação, para fazer políticas restritivas. Seria muito mais agradável para o PS não ter tido, por mandato popular - o mesmo sucedendo ao PSD -, a obrigação patriótica de vir tentar salvar o nosso país.

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Isso era se fossem socialistas, mas não são!

O Orador: - Ë isso o que estamos a fazer com rigor e com consciência.