nistério que merecem o nosso apoio -, nos compete fazer uma chamada de atenção e dizer que a austeridade deve começar por nós e, neste caso concreto, pelo Ministério da Agricultura.

Depois desta pequena introdução, coloco ao Sr. Ministro duas questões, de certo modo relacionadas com o que acabo de referir.

Uma tem a ver com a investigação e a sua relação com a extensão rural. É que me pareceu poder deduzir das palavras do Sr. Ministro que, a partir daqui, vamos assistir a uma maior articulação entre a investigação e a extensão rural, em vez de continuarmos, como tem acontecido até agora, a assistir a uma investigação que envolve meios muito vultuosos e que, na maior parte dos casos, apenas interessa a quem a faz. Isto acontece porque na agricultura se faz a investigação desligada dos agricultores, dos problemas concretos e apenas com o objectivo de aumentar as páginas dos currículo de alguns investigadores e de algumas instituições que existem à margem de todo um processo que nós queremos e desejamos transformar.

Pareceu-me ver nas palavras do Sr. Ministro essa indicação. Gostaria de saber se é ou não verdadeira a ilação que tirei delas.

Gostaria também de saber se as leis orgânicas dos serviços do MAFA e a própria lei orgânica do MAFA irão reflectir, na sua estrutura e na definição das respectivas linhas de trabalho, estas mesmas preocupações.

O Sr. Presidente: - Sr. Ministro, deseja responder imediatamente ou prefere responder no fim dos pedidos de esclarecimento?

O Sr. Ministro da Agricultura, Florestas e Alimentação: - Respondo no fim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sendo assim, tem a palavra o Sr. Deputado Rogério de Brito.

com os meios disponíveis, isso se conseguirá. Refiro-me, por exemplo, à extensão rural - que é um factor importante -, quando se verifica que a dotação orçamental para esta área é extremamente diminuta.

Pergunto se ela dará, ao menos, para pôr a funcionar capazmente 7 ou 8 núcleos de extensionistas.

Quanto à questão do desenvolvimento das produções, foi agradável ouvir o Sr. Ministro referenciar como prioritárias as produções de cereais, de oleaginosas, de milho e de forragens.

Afinal, Sr. Ministro, isso significa que, mesmo numa economia aberta como aquela era que pretendemos inserir-nos, sempre são importantes as tais culturas estratégicas com as quais podemos diminuir o nosso grau de dependência externa!

Neste aspecto, fiquei com a sensação de que o Sr. Ministro evoluiu quanto ao critério que anteriormente aqui manifestou. De facto, V. Ex.ª disse então que isso não era, propriamente, importante.

Finalmente, ainda gostaria de abordar um outro aspecto que me parece ser suficientemente explícito quanto ao realismo e à objectividade com que o Sr. Ministro abordou algumas questões. Refiro-me à política florestal e de uso múltiplo.

Em primeiro lugar, pergunto-lhe, Sr. Ministro: será que é o financiamento do Banco Mundial no programa de florestação que vai possibilitar a utilização múltipla da floresta?

Tudo indica que não, tanto mais que é a própria experiência que o demonstra.

Por outro lado, falou-se, por exemplo, na florestação no Algarve e em dar-se para isso uma dotação de 15000 contos. Gostaria de saber se este quantitativo daria, ao menos, para adquirir as máquinas necessárias a tal florestação, quanto mais para florestar as áreas referidas.

É importante também referir que o orçamento ordinário para as florestas, agora apresentado a esta Câmara, é idêntico ao apresentado no orçamento de 1983. Portanto, há aqui uma evidente retracção.

Por outro lado, verifica-se que foram anulados os três principais problemas que se colocam, quer ao nível dos preços à produção, quer ao nível dos preços ao consumo.

Para terminar, diria apenas que nesta situação, para lá da preocupação quanto a uma eventual adesão à CEE, fica também uma outra grande preocupação: é que dá a sensação de que este governo pretende teimar na entrada para a CEE e é nosso receio que, a verificar-se a nossa entrada na CEE - cremos bem