e do Plano também foi por nós questionada na reunião dos líderes dos grupos parlamentares.

Nessa altura registámos que o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares tomou nota das nossas objecções. Nessa altura, ficámos com a ideia de que o Sr. Secretário de Estado concordava inteiramente com as nossas objecções no sentido de que não era conveniente que nesta altura o Sr. Ministro participasse no programa «1.ª Página», precisamente na altura em que ia ser transmitido o debate- sobre as Grandes Opções do Plano e do Orçamento do Estado.

Mas não é esta a questão que aqui queremos levantar.

A questão que queremos aqui levantar foi-nos suscitada pelo Sr. Deputado Jorge Lemos. Na verdade, a propósito da transmissão televisiva deste debate, levantámos outras questões e nunca demos o nosso acordo ao esquema que foi proposto na reunião dos líderes parlamentares. Ficou estabelecido nessa reunião que a ordem de intervenção dos grupos parlamentares nas transmissões t elevisivas era inversamente proporcional à sua representação parlamentar. Entendemos que esta ordenação das intervenções não era susceptível de fielmente reflectir o que se passava na Assembleia e, por outro lado, privilegiava os grupos parlamentares da maioria, que teriam tempos de antena mais alargados e mais próximos do Telejornal das 20 horas e, como tal, com maior audiência.

Lavrámos nessa altura o nosso protesto, mas não conseguimos o vencimento da nossa posição. Contudo, conseguimos apenas da parte do Governo uma aceitação relativamente ao princípio de que o Governo não deveria intervir sempre no final dos debates, mas deveria alternar a sua posição.

Como é lógico, de acordo com a nossa posição, o Governo deveria intervir no primeiro dia a abrir a cobertura televisiva - visto que ele é o autor das propostas em discussão - e no final da mesma, respondendo à interpretação e às questões que no decurso destes debates lhe são colocadas.

Quanto aos grupos parlamentares da maioria, não conseguimos demovê-los da sua posição, isto é, no sentido de que a ordem de intervenção seria sempre inversamente proporcional à representação parlamentar dos vários partidos.

Sr. Presidente, é lamentável esta situação. Aproveitamos a questão colocada pelo PCP para levantar esta questão, pois não demos o nosso acordo e entendemos, em última análise, que a questão ainda não está decidida. Como tal, deve ser remetida para a RTP a responsabilidade de decidir qual a ordem de intervenção dos vários partidos.

O que nós pretendíamos com as nossas propostas não era obter melhor e mais privilegiado tempo de antena. Pretendíamos apenas tornar menos fastidiosa a transmissão do debate, tornando-o mais próximo da realidade do debate nesta Assembleia.

É essa posição que aqui queremos deixar bem expressa, no sentido de que os problemas que se põem com as transmissões televisivas não sejam limitados àquele que foi colocado pelo PCP, pois são mais vastos na sua própria natureza e no seu próprio âmbito.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Ministro de Estado e dos Assuntos Parlamentares.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, a Mesa foi interpelada, pelo que presumo que importa dar a resposta. Assim, a Mesa não aceitará mais pedidos de palavra, pois caso contrário entraríamos numa espiral de novas intervenções, fugindo do fulcro do tema que justifica a nossa presença aqui neste momento.