a ver com isso. Aliás, o conteúdo das intervenções de todos nós fica registado. Eu nada tenho a ver com a União Nacional, nada tenho a ver com isso.

O Sr. Morais Leitão (CDS): - Muito bem!

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Até podem estar errados!

O Orador: - «Até podem estar errados», diz o Sr. Deputado Carlos Carvalhas.

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Estão, estão errados!

O Orador: - O que importa, acima de tudo, é que se tenha a consciência da relatividade desses modelos e estar-se atento à evolução dos pressupostos que lhe serviram de base e até à realização dos valores que lhe estão implícitos e até mesmo explícitos. Nada há a criticar quanto à posição que a oposição assume relativamente à política de investimentos, à política de gestão do sector empresarial do Estado, etc. O que é lícito, isso sim, é que e foi nesse sentido que fiz a minha intervenção a oposição apresente alternativas reais e credíveis. E aqui volto a fazer referência aos julgamentos que fiz quanto à posição do CDS neste debate.

Ao Sr. Deputado Guido Rodrigues, é óbvio que tenho de me retratar e pedir-lhe desculpa pelo lapso de linguagem que tive. Isso é óbvio.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O Sr. Deputado fez depois várias considerações e citou números. São considerações que estão a ser objecto da nossa apreciação cuidada. Aliás, na nossa intervenção, fizemos um apelo ao Governo no sentido de rever as verbas atribuídas e naturalmente, até neste particular, trata-se de mais uma concretização da saudável convergência que existe nesta matéria.

Quanto às alterações e modificações, estou perfeitamente de acordo em que sejam feitas. É, mais uma vez, a ilustração do quê acabo de referir.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Vilhena de Carvalho.

O Sr. Vilhena de Carvalho (ASDI): - Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: O ponderado e, digamos mesmo, substancial discurso proferido ontem nesta Assembleia pelo Sr. Ministro da Agricultura e o anúncio de próxima intervenção no debate a que se procede das Grandes Opções do Plano e do Orçamento do Estado por parte do Sr. Secretário de Estado da Agricultura são, por si só, reveladores da importância que o Governo atribui a este sector da economia do País.

De salientar, igualmente, o interesse posto pela Assembleia no tratamento das questões agrícolas, ao ponto de nenhum outro tema, até agora, haver concitado tão elevado número de intervenções e tão desusado número de pedidos de esclarecimento como aqueles que foram feitos ao responsável pela pasta da Agricultura, o que tudo contrasta com o debate do anterior Orçamento do Estado, durante o qual não foi produzida uma única intervenção sobre o sector agrícola.

Felicitamos o Governo e felicitamos a Câmara por todo este interesse, na convicção de que não nos encontraremos apenas a fazer meros exercícios de retórica, mas antes a conjugar esforços, seja no acto de criticar, seja no acto de aplaudir, para que o sector agrícola, parente pobre dos demais sectores da economia, não seja o mais atingido nesta difícil «passagem do rubicão» da austeridade a que todos teremos de nos sujeitar.

Das propostas elaboradas pelo Governo sobre as Grandes Opções do Plano para 1984 e sobre o Orçamento do Estado, uma ideia nos parece ressaltar com a maior clareza, no que à agricultura respeita. De facto, a política agrícola que aqueles documentos pressupõem, é-nos apresentada, não por forma desgarrada e autónoma mas, antes, no contexto de uma política económica global.

E a nós parece-nos acertado o reconhecimento que é feito de que o desejado equilíbrio do nosso sistema económico e o seu desenvolvimento futuro, passam pelo relançamento da nossa agricultura.

Relançamento que é tão imperioso e tão necessário, quanto é bem conhecida a base de que tem de partir-se:

Padrões de vida baixíssimos, na generalidade dos meios rurais;

Progressivo abandono, degradação e não aproveitamento de importantes recursos naturais;

Profundas assimetrias regionais;

E uma cada vez mais acentuada dependência alimentar do País, com o inerente reflexo no endividamento externo.

Não admira, assim, que o próprio Governo reconheça que o produto interno bruto, nos sectores da