Como sabe, técnicos e trabalhadores de várias empresas têm apresentado ao Governo propostas concretas de poupança de energia. Gostaria de saber qual é a posição do Ministro da Indústria e Energia em relação a esses projectos de poupança de energia.

Em concreto, queria colocar-lhe uma questão que o meu camarada Carlos Carvalhas, já levantou quando aqui produziu uma intervenção. Temos informações de que em Sinos há, neste momento, máquinas para queimar carvão mas não há carvão. E sabemos, por outro lado, que em algumas cimenteiras há, neste momento, carvão mas não há máquinas para o queimar. Sabemos que isso está a causar ao País muitas e muitas centenas de milhares de contos por ano! Quando é que este problema vai ser resolvido, Sr. Ministro?

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Lencastre.

O Sr. João Lencastre (CDS): - Sr. Ministro, ouvi com muita atenção o discurso que V. Ex.ª fez, com o brilho e o espírito criativo de que costuma dar provas. Fiquei apenas desapontado com o facto de não ter falado na Sr.ª Thatcher. Eu estava à espera disso, porque me constou que quando regressou de Inglaterra teria dito que recolheu inspiração da Sr. Thatcher, quando afirmou que é nos períodos de austeridade que se fazem as verdadeiras revoluções. Por isso estava à espera que o Sr. Ministro fizesse o anúncio de reprivatizações de extinção de direcções gerais, e de extinção de fundos. Pelo contrário, o que ouvimos dizer foi que se vão criar mais centros tecnológicos, que se vão formar empresas de investigação e desenvolvimento, de biotecnologia, de electrónica, da expansão do LNETI, de centros de formação, de institutos de design, de centros disto e daquilo!

Gostaria de saber, Sr. Ministro, como concilia as duas coisas, e com que meios vai fazer face a isto tudo que nos an uncia.

O Sr. Presidente: - Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pinheiro Henriques.

O Sr. Pinheiro Henriques (MDP/CDE): - Sr. Ministro da Indústria e Energia, se os programas e os projectos que V. Ex.ª referiu vão constar de propostas de lei a submeter à aprovação desta Assembleia - já após transcorrido o 1 º trimestre do ano que vem-, pergunto que critérios se seguirão para a elaboração do Plano anual de 1984, visto que esse Plano terá de estar pronto antes disso.

Quando se define a política de investimentos do IPE, refere-se a promoção de novos investimentos em áreas de alto risco e sectores preferenciais para a dina. mização estrutural da economia portuguesa. A questão que me surge é a de saber de que áreas e de que sectores preferenciais se trata.

Por outro lado, pretender-se-á que o IPE associe aos seus investimentos investidores privados?

Será o IPE que arrancará com os núcleos de empresas de tecnologia avançada, que o Sr. Ministro referiu em Londres?

Também, em notícia divulgada por um jornal, se diz que o Sr. Ministro já dispõe, neste

O Sr. Presidente: - Finalmente, para pedir esclarecimentos, dou a palavra ao Sr. Deputado Hasse Ferreira.

opinião do Sr. Ministro sobre isso - estaria ligada com a capacidade de intervenção desse instituto, que continua a reger-se pelas regras da administração pública, pelo menos em larga medida, ou seja, continua a pagar os mesmos salários que a função pública, apesar das propostas que têm sido apresentadas para alterar esta situação.

Queria, pois, perguntar ao Sr. Ministro o que é que pensa sobre este assunto.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Ministro da indústria e Energia.

O Sr. Ministro da Indústria e Energia: - Srs. Deputados, vou tentar sintetizar as respostas, porquanto uma discussão prolongada sobre todas as questões que me colocaram, naturalmente que levaria muito tempo e muitas delas serão discutidas a breve prazo.

Começarei pelo Sr. Deputado João Amaral ...

O Sr. João Amaral (PCP): - Sr. Ministro, agradeço o cuidado, mas não lhe fiz nenhuma pergunta!

O Orador: - Desculpe, enganei-me.

O Sr. Deputado Joaquim Miranda perguntou-me o que é que se vai fazer de concreto, apesar de todos os caminhos apontados.

Talvez vá ficar admirado, mas vou dar-lhe uma ideia daquilo que se pretende iniciar, na certeza de que