E se quiser acusar aqui alguns membros da classe médica posso fazê-lo, mas não o faço ...

Uma voz do PS: - Faça!

O Orador: - ... porque os serviços de saúde, apesar de tudo, precisam de todos os médicos dignos e conscientes dos seus deveres que existem neste país.

O Sr. José Magalhães (PCP): - Memórias e tragédias de um ministro demitido!...

O Orador: - Aquilo que o Sr. Deputado defende não sei se. realmente, é deste mundo. A sua linguagem lembra-me coisas esquisitas, de outras eras que não desta.

O Sr. José Magalhães (PCP): - Por onde é que terá andado?!

O Orador: - Não sei se o Sr. Deputado defende o purismo da raça, não sei se está contra todos os seres que não nascem perfeitos, se não quer que os portugueses sejam louros e bem formados ...

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. José Magalhães (PCP): - Olha quem fala!

O Orador: - Parece-me esquisita a sua linguagem, e peço desculpa mas não consigo manter um diálogo com o Sr. Deputado.

Aplausos do CDS.

O Sr. Octávio Cunha (UEDS): - Peço a palavra. Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito. Sr. Deputado?

O Sr. Octávio Cunha (UEDS): - Para exercer o direito de defesa porque me sinto atingido na minha pessoa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado considera-se ofendido?

O Sr. Octávio Cunha (UEDS): - Profundamente ofendido. Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem V. Ex.ª a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Octávio Cunha (UEDS): - Sr. Deputado Luís Barbosa, não defendi aqui nenhuma teoria. Referi a realidade, aquilo que me dizem os pais das crianças e sobre esse aspecto talvez o Sr. Deputado sé devesse ter informado melhor quando tinha a responsabilidade do Ministério dos Assuntos Sociais.

De facto, se alguém tem lutado - e o actual Ministro da Saúde ainda há pouco tempo nos escreveu a mim próprio e ao grupo em que trabalho uma carta de louvor -, se alguém tem trabalhado em prol da defesa da criança, seja ela mal formada ou bem formada, feia, bonita, preta ou amarela somos nós e não o senhor enquanto Ministro.

Estou ao lado de todas as crianças que nascem, mal ou bem, estou até mais ao lado das crianças que nascem mal, porque essas precisam mais de mim.

A sua intervenção é falaciosa, o senhor é hipócrita!

Aplausos da UEDS, do PS, do PCP e do MDP/CDE.

O Sr. Luís Barbosa (CDS): - Peço a palavra para utilizar o direito de defesa. Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado pode usar da palavra para responder ao Sr. Deputado Octávio Cunha mas não para usar o direito de defesa. Se deseja responder, faça favor.

O Sr. Luís Barbosa (CDS): - O Sr. Deputado mudou de linguagem, agora usou outra completamente diferente da que tinha usado na sua primeira intervenção e desta vez gostei de o ouvir.

Risos do PCP.

O Sr. José Magalhães (PCP): - Queira especificar o tipo de hipocrisia!?

O Orador: - Os senhores riem-se, mas é por causa destes risos que esta instituição se vai tornando cada vez menos credível aos olhos dos portugueses, e é pena!

Vozes de protesto do PCP.

O Sr. Presidente: - Peço ao Sr. Deputado Luís Barbosa para não fazer afirmações dessa natureza porque elas não correspondem à verdade.

Aplausos do PS, do PCP e da UEDS.

Protestos do CDS.

Vozes inaudíveis do Sr. Deputado Luís Beiroco.

O Sr. Presidente: - Não consigo ouvir o que o Sr. Deputado Luís Beiroco está a dizer mas não posso admitir que nesta Casa se presuma que esta Instituição não é conceituada como devia ser! Nem sequer posso admitir que isso se presuma e creio que o Sr. Deputado Luís Barbosa não teve intenção de o fazer!

Sr. Deputado Luis Barbosa, desculpe a interrupção e faça favor de continuar.

O Orador: - Sr. Deputado, pelas primeiras palavras que disse na sua segunda intervenção, perdoo-lhe o ter-me chamado hipócrita. Aliás, isso não me faz grande diferença.

Mas aquilo que lhe quero dizer é que não vi tão pouco como pensa vi muito mais.

Vi, por exemplo, uma obra onde me indicaram uma criança, filha do avô e outra filha de um tio. Segundo o projecto que o PS apresenta, essas crianças hoje estavam abertas não existiam, se a mãe assim o entendesse. Mas eu vi-as e eram crianças normais alegres, vivas. Estavam lá e ao vê-las comovi-me porque, há de facto, um drama por detrás disto sem sombra de dúvidas.

Visitei uma instituição no Norte, de que não vou, citar o nome para não fazer propaganda, onde os defi-