Vou passar a responder às questões levantadas pelo Sr. Deputado Azevedo Soares.

Sobre o juízo colectivo, ele existe, Sr. Deputado! As mulheres abortam apesar da lei. E o que é que acontece? Acontece que a Ordem dos Médicos, que sabe quem é que aborta, cala-se; a polícia não prende; os tribunais não julgam; o Sr. Deputado não faz manifestações de rua contra os médicos que fazem abortos. O juízo colectivo existe, é a própria mulher que está em causa e por isso falo de liberdade individual. É a mulher que decide, efectivamente, sobre si própria e quando o faz está a usar um direito legítimo que eu como homem, uso há séculos e que ela não tem podido utilizar.

Aplausos da UEDS, do PS e do PCP.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado pediu a palavra para que efeito?

O Sr. Azevedo Soares (CDS): - Para protestar, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado fica inscrito.

Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró.

ais da sua parte?

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. Rogério de Brito (PCP): - Está com uma falta de substracto!

O Sr. Luís Barbosa (CDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Luís Barbosa (CDS): - Para protestar contra a última resposta do Sr. Deputado Octávio Cunha.

O Sr. Presidente: - Fica inscrito, Sr. Deputado:

O Sr. Deputado Octávio Cunha, há outros deputados inscritos para pedirem esclarecimentos, pelo que desejaria saber se o Sr. Deputado deseja responder já ou só no fim.

O Sr. Octávio Cunha (UEDS): - Desejo responder já, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Nesse caso, tem V. Ex.ª a palavra.

O Sr. Octávio Cunha (UEDS): - Talvez, Sr. Deputado Narana Coissoró, que os patrícios dessas épocas fizessem amor por amor, mas não sei se sabe que eles proibiam o prazer aos servos.

Aplausos e risos da UEDS, do PS e do PCP.

Sobre os tais magistrados, o Sr. Deputado perguntou se eu achava que eles eram um corja de hipócritas. Eu não utilizo o termo corja, perguntei só se eles eram hipócritas. Pois bem, se a situação na época em que está lei foi criada - a lei que actualmente vigora no nosso país - era idêntica à de hoje, então esses juristas eram, efectivamente, hipócritas.