iam excessos, podem perfeitamente introduzir-se as correcções necessárias.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Carvalhas.

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Em primeiro lugar, vou responder ao Sr. Deputado do CDS, apesar de não saber se estou a falar com a linha oficial ou com a linha não oficial desse partido.

Sr. Deputado Luís Barbosa, quando falo aqui, falo em nome do PCP. Mas se quer entrar nas questões concretas, apesar de ter afirmado que tem pouco tempo e que não está disposto a perder muito tempo -é evidente que é preciso tempo para fazer os negócios, que são coisas complexas -, coloco-lhe a seguinte questão, uma vez que o Sr. Deputado esteve no Governo e aumentou as taxas de juro: está de acordo com estas laxas de juro, está de acordo com a sua sistemática elevação?

O Sr. Deputado não compreende -e parece-me que o sabe perfeitamente- que o aumento das taxas de juro vai conduzir ao aumento de custos e de preços e à desvalorização do escudo, simultaneamente acompanhado dos arranques e travagens, do chamado stop and go, continuando sempre neste ciclo vicioso, que é muito do estilo do PS. E tudo isto para continuarmos a fazer o quê, a destruir o aparelho produtivo? Não é esta a situação? Tendo estado no Governo, o Sr. Deputado está de acordo com isso? o Sr. Deputado acha que estas situações não são concretas, acha que isto são slogans?

Em relação ao Sr. Deputado Carlos Lage, sublinho as reticências. Tem reticências em relação à EPAC, em relação à liberalização dos preços e, certamente, também em relação à abertura da banca ao sector privado.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Não tenho nenhumas!

política económica? Onde é que está o aproveitamento dos nossos recursos e energias internas?

Desenvolvem-se as forças produtivas com o que se está a fazer em relação à reforma agrária, com o não aproveitamento do ferro de Moncorvo e das pirites do Alentejo?...

O Sr. Carlos Lage (PS): - Dá-me licença que o interrompa. Sr. Deputado?

O Orador: - Faça favor. Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Sr. Deputado Carlos Carvalhas, evidentemente que uma discussão a sério nesta matéria nos levaria, quer a mim quer a si, a muito mais do que estes curtos minutos. Mas, se é certo que há uma retracção considerável no investimento, não acha possível, dentro de pouco tempo, reanimar esse mesmo investimento e, por conseguinte, a situação que está a qualificar não é susceptível de medidas que a possam melhorar?

Evidentemente que, como o Sr. Deputado sabe, a retracção do investimento e da própria procura interna deveu-se à necessidade de combater um défice da balança de transacções correntes verdadeiramente astronómico. Esse foi o caminho que foi seguido. O Sr. Deputado tem outros métodos para isso, mas esses métodos, que já algumas vezes aqui foram aflorados, não são realistas nem funcionam.

e propriedade, a alienação das participações do Estado no IPE, a abertura da banca ao sector nacionalizado e as indemnizações aos grandes capitalistas e agrários. Esta é que é a preocupação central.

E a quem se faz pagar a factura desta desregulação do aparelho produtivo? Aos trabalhadores, mas como estes já não chegam porque a factura é muito grande, às camadas médias, aos camponeses, aos pequenos e médios empresários e aos quadros técnicos. Esta é que é a situação real.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, deu entrada na Mesa um requerimento, subscrito por deputados do CDS. do seguinte teor:

Nos termos do artigo 84.º do Regimento da Assembleia da República, os deputados abaixo assinados requerem a V. Ex.ª o prolongamento do período de antes da ordem do dia.

Vamos votar.