O Sr. Luras Pires (CDS):- Sr. Presidente, as únicas figuras sob as quais poderei usar da palavra são a do direito de defesa ou a do protesto, pelo que pedia ao Sr. Presidente que, ao abrigo de uma destas rubricas regimentais, me concedesse a palavra.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, se quisesse seguir à risca o Regimento não podia conceder-lhe o uso da palavra sob nenhuma dessas figuras que referiu.

Mas se o Sr. Deputado se sente ofendido, faça favor de usar da palavra.

O Sr. Lucas Pires (CDS): - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Pretendo fazer um esclarecimento muito rápido, e suponho que nada polémico, que consiste em afirmar que nunca proferi a afirmação que me foi imputada pela Sra. Deputada Beatriz Cal Brandão e que, se evidentemente há interrogação a este respeito, respondo a essas interrogações de maneira claramente negativa, o que julgo ter demonstrado na minha intervenção perante o Plenário.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Pedro Pinto deseja usar da palavra?

O Sr. Pedro Pinto (PSD): - Desejava interpelar a Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Pinto (PSD): - Não tendo uma norma regimental perfeitamente clara sob a qual possa expor, neste momento, a minha posição de voto, gostaria no entanto de explicitar ao Sr. Presidente o seguinte: não tendo estado presente à votação do projecto de lei n.º 265/III e não podendo assim apresentar nenhuma declaração de voto, e no sentido de agir em conformidade com tudo aquilo que fiz, sabendo embora que estou a abusar, devo dizer que se estivesse estado presente na respectiva votação teria votado favoravelmente.

Aplausos da UEDS e de alguns deputados do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos passar à votação do projecto de lei n.º 267/III -Educação sexual e planeamento familiar -, apresentado pelo

PS e pelo PSD, pelo que vai ser lido o respectivo parecer da Comissão de Saúde, Segurança Social e Família.

Foi lido. É o seguinte:

A Comissão de Saúde, Segurança Social e Família, reunida no dia 8 de Fevereiro de 1984, numa sala do Palácio de São Bento, com as presenças e faltas dos Srs. Deputados constantes no respectivo livro de presenças, emitiu os seguintes pareceres sobre o projecto de lei n.º 267/III - Educação sexual e planeamento familiar: Foi aceite por unanimidade a introdução da palavra «maternidade» no n.º 2 do artigo 1.º e no n.º 1 do artigo 3.º:

2) Por unanimidade foi aprovada a troca do artigo 3.º para 2.º e vice-versa;

3) Foi aprovada por unanimidade a proposta nova de aditamento ao n.º 2 do artigo 2.º do PCP - « .. . humanos, devendo contribuir para a superação das discriminações em razão de sexo e da divisão tradicional de funções entre mulheres e homens»;

4) Foi aprovada por unanimidade a introdução de um n.º 4 ao artigo 2.º por proposta do PS:

4 - Serão criadas também condições adequadas de apoio aos pais no que diz respeito à educação sexual dos seus filhos. Por unanimidade foi retirada a palavra «designadamente» no n.º 1 do artigo 4.º;

6) Por unanimidade foi introduzida a seguinte frase no n.º 3 do artigo 6.º: «... pelos serviços de planeamento familiar»;

7) Por unanimidade foi introduzida (por proposta do PCP) a palavra «periodicamente» no n.º 1 do artigo 7.º;

8) A proposta do PCP, que previa a esterilização voluntária ser praticada por maior de 30 anos ou maior de 25 anos com 2 filhos, sujeita a votação nominal, foi rejeitada por maioria:

1 - Será regulamentada a publicidade relativa aos produtos ou meios contraceptivos, assegurando que a sua difusão se processe após experiências técnicas e clínicas realizadas de acordo com padrões legalmente fixados.

2 - Os meios anticoncepcionais de natureza hormonal só poderão ser vendidos, ou fornecidos gratuitamente nos estabelecimentos de saúde, mediante receita médica. Por unanimidade, e por proposta junto do PCP, foi introduzido um novo artigo com o n.º 16.º com a seguinte epígrafe e redacção:

Os currículos de formação dos profissionais de saúde, envolvidos em acções de planeamento familiar, devem incluir o ensino de conhecimentos científicos adequados sobre educação sexual, contracepção e tratamento da infertilidade. Foi rejeitada com 2 votos a favor (1 MDP e 1 PSD), 3 abstenções (3