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registado, por parte
da minha bancada, sem querer tomar a defesa de
ninguém porque não temos o direito de o fazer, que
não vimos com muito agrado uma citação da doutrina
da Igreja ser glosada, ainda que a respeito de um
partido com assento na Assembleia. Não gostamos
de ver isto e era apenas este o reparo que lhe queria
fazer.
Quanto à pergunta que lhe queria fazer, ela é a
seguinte: está o Sr. Deputado de acordo com a política
a seguir pelo Governo e que foi apresentada aqui pelos
Srs. Ministro do Trabalho e Segurança Social e das
Finanças e do Plano?
O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra
o Sr. Deputado Vítor Hugo Sequeira.
O Sr. Vítor Hugo Sequeira (PS): - Começarei por
responder ao Sr. Deputado João Amaral dizendo que,
no meu entendimento, o Sr. Deputado interpelou-me
como se eu fosse membro do Governo e, obviamente,
não sou eu que tenho que responder a algumas ques-
tões concretas que me colocou. Na verdade, ao longo
desta interpelação o Governo tem dado resposta a
essas e a outras questões que têm sido formuladas.
Pergunta-me o Sr. Deputado João Amaral se depois
das exigências que formulei não se constatarem por
parte do Governo iniciativas conducentes à ultrapas-
sagem desta grave e dramática situação, se, efectiva-
mente, vamos cruzar os braços.
Ora, penso que não é de esperar de nenhum
deputado da bancada do PS um comportamento dessa
natureza e, nomeadamente em relação a este problema
concreto, se as medidas adoptadas pelo Governo não
se revelarem eficazes, obviamente que o Grupo Parla-
mentar do PS, se necessário, estará na disposição de
apresentar aqui uma iniciativa legislativa que res-
ponda cabalmente a este problema.
O Sr. Deputado Rocha de Almeida, do PSD, per-
gunta-me se, efectivamente, estou ou não de acordo
com parte das intervenções dos Srs. Ministros do
Trabalho e das Finanças e do Plano.
Sr. Deputado, obviamente que estou de acordo cora aquilo que, a meu ver, elas contêm de positivo. Porém, afigura-se-me que, perante esta situação dramática de volume à escala nacional que o problema dos salários em atraso representa neste momento para todos nós, essas medidas podem ser ainda insuficientes.
Sei, e disse-o na minha intervenção, que a presente situação de crise económica não vai permitir ao Governo a adopção de medidas que seriam muito mais do nosso agrado, mas penso também que o Governo tem o dever e a obrigação -- e reconheço que tem em si mesmo investida competência - de dar uma resposta concreta a este grave flagelo.
Acredito que, de facto, com esta interpelação e com o alerta que, nomeadamente das bancadas da maioria, já foi feito ao Governo, ele esteja sensibilizado para, a partir de agora, em relação a uma certa posição de permissividade que durante algum tempo caracterizou a sua actuação, poder utilizar eficazmente os instrumentos de que dispõe no sentido de contrariar esta situação, nomeadamente através de algumas das medidas hoje aqui enunciadas, que, a meu ver, embora não dêem resposta e satisfação global ao problema, são já um princípio que se me afigura positivo.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Rocha de Almeida, para protestar.
O Sr. Rocha de Almeida (PSD): - Sr. Deputado Vítor Hugo Sequeira, estou de acordo com a sua intervenção e, efectivamente, quando lhe pus a minha questão fiquei eu próprio com a dúvida de que V. Ex.ª poderia não partilhar das palavras dos senhores ministros que referi.
Mas já agora utilizo esta figura regimental para lhe perguntar se a iniciativa legislativa que referiu partiria do PS ou da maioria, como referiu também e com o que estarei de acordo.
Uma Voz do PCP: - Quem é o pai e quem é a mãe?
O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Vítor Hugo Sequeira.
O Sr. Vítor Hugo Sequeira (PS): - Sr. Deputado, obviamente que entendo ter perfeito cabimento que a iniciativa parta da maioria.
O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Dias Lourenço.