Daí pensar que não nos compete, enquanto representantes (também sou deputado, como V. Ex.ª sabe), mais do que ser a expressão, embora limitada, desse juízo que o povo, periódica e soberanamente, faz.
Vozes do PSD: - Muito bem!
O Sr. César Oliveira (UEDS): - Só espero que o Governo cumpra aquilo que prometeu nas «100 medidas»!
O Sr. Presidente: - A Sr.ª Deputada Ilda Figueiredo pede a palavra para que efeito?
A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Para protestar, já que não vale a pena perguntar nada ao Sr. Secretário de Estado, visto que não vai responder.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - De facto, Sr. Secretário de Estado, não vale a pena fazer-lhe perguntas, pois os seus arquivos são tão maus, a sua informação é tão cega que V. Ex.ª nem conhece as grandes empresas do Porto, apesar dos seus complexos portuenses.
Risos do PCP.
Daí que eu queria referir-lhe algumas informações acerca do que V. Ex.ª disse desconhecer.
Por exemplo, o Secretário de Estado não sabe que o grupo «Mondego» é constituído pelas empresas Mondex, Calcex e Ritex, fica em Rio Tinto e pertence actualmente, ao Grupo «Mello-Deutsch-Morgan»? Se o Sr. Deputado Luís Barbosa aqui estivesse podia dar-lhe informações sobre esse grupo!
Risos do PCP.
Gostava de dizer, por outro lado, que o grupo «Wandschneider» é constituído também por 3 empresas: uma, na Maia, a Têxtil da Maia, outra a São Caetano e outra a ex-Fiação de Crestuma. Esta última, que foi declarada em falência pelo II Governo, do Dr. Mário Soares, recebeu 50 000 contos e, apesar disso, continua a pagar salários com bastante atraso, devendo muitos milhares de contos aos trabalhadores.
Será bom que o senhor ponha em ordem os seus arquivos para que possa, de facto, dar algumas informações correctas a esta Câmara. Neste momento, não vale a pena perguntar-lhe nada.
Queria ainda dizer que, relativamente ao «Plano de emprego para o Alentejo», o que houve, na realidade, foi um chamado «Plano de emprego para o Alentejo».
O que os trabalhadores e as autarquias pretendem não é esse chamado «Plano de emprego para o Alentejo», facto que o senhor sabe muito bem, pelo que não vale a pena vir para aqui tentar confundir as pessoas e dizer que estamos a afirmar coisas que, afinal, são contrárias às que os outros afirmam. De que se tratava é que eram concedidos subsídios aos agrários, os quais podiam ter os trabalhadores a trabalhar porque quem lhes pagava era a Secretaria de Estado do
Emprego. Quem recebia esse dinheiro eram os agrários e não os trabalhadores.
O senhor sabe que isto se passava assim e também sabe que não é isto que se pretende: o que se pretende é um plano de apoio à criação de empregos, é um plano de combate efectivo ao desemprego no Alentejo, como aliás em todo o País. O que se pretende, ao fim e ao cabo, é um apoio à Reforma Agrária e o cessar dos ataques tremendos que a ela têm estado a ser feitos.
Vozes do PCP: - Muito bem!
verificar os casos de corrupção e de sabotagem económica? Quantos casos já foram detectados? Porque continuam paralisadas empresas como a CIFA? Porque se permite que milhares de trabalhadores do grupo «Mello-Deutsch-Morgan» continuem com salários em atraso, apesar de o Estado, através da Secretaria de Estado do Emprego e da banca, continuar a conceder financiamentos e crédito bonificado?
Vozes do PCP: - Muito bem!
O Sr. Rogério de Brito (PCP): - Então agora não se riem?!
O Sr. Presidente: - Sr. Secretário de Estado, se pretende responder, tem V. Ex.ª a palavra.
O Sr. Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional: - Gostava de reiterar todas as afirmações que produzi na tribuna, na medida em que a
Sr.ª Deputada não contestou nenhuma ...
Risos do PCP.
O Sr. João Amaral (PCP): - Ainda por cima ouve mal!
O Orador: - Reitero aquilo que disse em relação ao grupo «Mondego», não obstante ter ficado a saber quais eram as empresas pertencentes a esse Grupo Mondego.
Vozes do PCP: - Não sabia?!