Como é sabido, o Governo tem vindo a clarificar e desenvolver as relações com os países africanos de fala oficial portuguesa, numa perspectiva de Estado, no respeito mútuo, na reciprocidade de vantagens e sem qualquer paternalismo ou emoção político-ideológica. Normalizou também Portugal as suas relações com a África do Sul, tendo em conta que nesse país vivem cerca de 600 000 portugueses cujos interesses nos incumbe defender.
A tal respeito não têm faltado as intrigas nem as calúnias daquele sector político que em Portugal defende interesses que nos são alheios. Contudo, os recentes encontros de Lusaca e de Maputo - que saudamos como passo importante, realista e construtivo em favor da paz na região - aí estão para demonstrar que numa perspectiva de Estado e de defesa das soberanias próprias não se devem enxertar problemas ideológicos nem político-partidários sem vinculação dos interesses nacionais de cada país.
Aplausos do PS, do PSD, da UEDS e da ASDI.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: O ano de 1984 é, a vários títulos, um ano de viragem para Portugal. Apesar das dificuldades, que não menosprezamos, abrem-se-nos perspectivas que nos permitem encarar o futuro com alguma confiança. O essencial é que saibamos prosseguir na política encetada, ainda que com os ajustamentos que as circunstâncias e as críticas clarividentes aconselham. O essencial é manter a estabilidade política, através da coesão da maioria, na diversidade, na lealdade e na responsabilidade. Que os partidos da oposição cumpram, pois, o seu papel de críticos e de fiscais, no respeito da autoridade democrática do Estado e das decisões da maioria, que o Governo não fugirá às suas responsabilidades e não deixará de cumprir as suas obrigações, ou seja, de corresponder ao que dele espera a Nação.
Aplausos do PS, do PSD e da ASDI.
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, está encerrado o debate.
Vai agora dar-se conta de alguns diplomas que deram entrada na Mesa.
O Sr. Secretário (Leonel Fadigas): - Projecto de lei n.º 250/III, da iniciativa do Sr. Deputado José Magalhães e outros, do PCP, sobre a defesa dos direitos dos cidadãos nomeados discricionariamente contra a transferência ou exoneração por mera «conveniência de serviço». Foi admitido e baixou à 1.ª Comissão.
Proposta de resolução n.º 10/III, da iniciativa do Governo, que aprova para ratificação a 18.ª Convenção de Haia sobre reconhecimento de divórcios e separações de pessoas, de 1 de Junho de 1970. Foi admitida e baixou à 1.ª Comissão.
Recurso interposto pelo PCP sobre o despacho de não admissão do projecto de lei n.º 286/III, sobre medidas de emergência para pagamento dos salários em atraso, garantia dos direitos dos trabalhadores, salvaguarda do funcionamento e recuperação das empresas.
Sobre este recurso, o Sr. Presidente despachou mandando agendar para a primeira parte da ordem do dia da sessão do dia 28 de Fevereiro, nos termos da alínea b) do artigo 73 .º do Regimento.
Eram 2 horas e 55 minutos do dia seguinte.
Entraram durante a sessão os seguintes Srs. Deputados:
Partido Socialista (PS):
Joaquim Leitão Ribeiro Arenga.
Centro Democrático Social (CDS):
Manuel Jorge Forte de Góes.
Faltaram à sessão os seguintes Srs. Deputados:
Partido Socialista (PS):
Francisco Igrejas Caeiro.
Maria Margarida Ferreira Marques.
Rodolfo Alexandrino Suzano Crespo.
Rui Fernando Pereira Mateus.
Victor Manuel Caio Roque.
Partido Social-Democrata (PPD/PSD):
Abílio Gaspar Rodrigues.
José Augusto Santos Silva Marques.
José Luís de Figueiredo Lopes.
Mário Martins Adegas.
Partido Comunista Português (PCP):
António Dias Lourenço.
António Guilherme Branco Gonzalez.
Joaquim Gomes dos Santos.
Mariana Grou Lanita.
Zita Maria de Seabra Roseiro.
Centro Democrático Social (CDS):
Horácio Alves Marçal.
José Augusto Gama.
José Vieira de Carvalho.