os polícias levaram casse-têtes e não flores, mas também não há dúvida de que circulam, distribuídos não se sabe bem por quem, panfletos que pedem aos trabalhadores que levem para os seus desfiles e manifestações fisgas com esferas de chumbo, tubos de aço, ponteiras nas bandeiras ...

Protestos do PCP.

O Sr. José Manuel Mendes (PCP): - É a "intentona dos pregos"!

O Orador: - Eu não sei do que V. Ex.ªs estão a falar. Apenas sei dos documentos que alguém fez circular na Setenave durante a semana anterior.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Ontem aqueles levavam, isso, não era, Sr. Ministro? Aqueles levavam ...

O Orador: - O Sr. Deputado tem mais possibilidades de fiscalizar do que eu, pois não tenho tempo de ir lá ver.

Vozes do PCP: - Então como é que acusa?

O Sr. Presidente: - Sr. Ministro, pedia-lhe o favor de não manter o diálogo.

O Orador: - Desculpe, Sr. Presidente, mas o Sr. Deputado Carlos Brito precisa que eu o esclareça.

Protestos do PCP.

Portanto, Sr. Deputado, os polícias não levam flores, levam casse-têtes.

O que se passou ontem tem uma história que começa algum tempo antes e os Srs. Deputados permitam que lhes diga que., na verdade, a última reunião feita com a administração foi no dia 13 e ontem, eram 14. Permitam que lhes diga que o único salário que está em atraso na Sorefame é o de Fevereiro.

Protestos do PCP.

Permitam-me que lhes diga que receberam, no fim do mês, 10 contos é que no dia 13 foi comunicado que recebiam, no dia 15, outros 10 contos ...

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - E quem é que paga o pão, o talho ...?

O Orador: - ... e que no dia 14 vieram para a rua fazer o que fizeram.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): - Não havia essa garantia de pagamento!

O Orador: - Na verdade, talvez também não mereçam flores.

Protestos do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Lino Lima.

O Sr. Lino Lima (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Sr. Ministro justificou a necessidade da existências de 3 serviços de informações pelo facto de criar menos perigo do que se houvesse um só. Isto significa que, como não pedia deixar de ser, o Sr. Ministro entende que estes serviços criam perigos. Perigos para quem? Naturalmente, perigos para os cidadãos, perigos para os direitos dos cidadãos. Se há perigos para os direitos dos cidadãos com a criação destes serviços, ou seja, com a aprovação de um diploma como este, parece que se justificaria que o Governo não pedisse a urgência sem nos trazer aqui os diplomas complementares através dos quais nós pudéssemos ver quais eram as formas que o Governo nos propõe para defender os cidadãos desses perigos, ou seja, para defender os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.

Não é isto que o Governo faz e, de repente, aparece-nos aqui a pedir esta urgência.

Aparece-nos a pedir esta urgência, Srs. Deputados, num

Vozes do PCP: - Muito bem!

Vozes do PSD: - Isso é demagogia!

O Orador: - Isto não é demagogia Srs. Deputados! São palavras de quem sentiu e viveu isso. Não são palavras de quem não sentiu e não viveu isso, como muitos Srs. Deputados.

Vozes do PCP: - Muito bem!

Aplausos do PCP e do MDP/CDE.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Ministro da Administração Interna.

O Sr. Ministro da Administração Interna:- Sr. Deputado, dou-lhe toda a minha compreensão e respeito