por algumas das palavras que proferiu. No entanto, Sr. Deputado, se alguns dos serviços e alguns órgãos de segurança representam em si, pela sua constituição, receio e perigo, a sua não existência, num país democrático e democraticamente dirigido e governado, tem muito mais perigo.

O Sr. Ministro da Administração Interna: - Eu não sei onde estão os outros 12, Sr. Deputado. Eu só conheço o Serviço de Informações Militares.

O Sr. José Manuel Mendes (PCP): - Então se não conhece o que está a fazer no Ministério?

O Orador: - Bem... é que, na verdade, o Ministério não tem informações.

Vozes do PCP: - Não lê os jornais?

O Sr. José Manuel Mendes (PCP): - Então leia os jornais!

O Orador: - Sr. Deputado, não me interessa a leitura dos jornais. Não há oficialmente nenhum serviço de informações.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): - Então como é que sabe da grávida?

O Orador: - A questão da grávida, sei-a é porque aparece citada pelos senhores de há 2 anos a esta parte e, como ela nunca apareceu, não é de um serviço de informações que se trata mas uma constatação.

Risos do PS e do PSD e protestos do PCP.

Concluindo e ponderada a situação, o Governo entende que se devem criar os serviços de informação, que estão suficientemente acautelados. No debate os senhores poderão introduzir as alterações que sejam necessárias e convenientes para que o serviço tenha os controles e as supervisões necessárias e desempenhe apenas a missão para que está destinado.

Sr. Deputado Lino Lima, tenhamos confiança em como este serviço, que também existe em alguns países, não ultrapasse as barreiras que, no nosso país, ultrapassou o serviço que existiu, embora com características totalmente diferentes.

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Ministro?

O Orador: - De qualquer modo, o meu respeito e a minha compreensão por muito do que disse.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - É espantoso!

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado José Luís Nunes pediu a palavra para que efeito?

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade, Sr. Deputado.

O Sr. Manuel Lopes (PCP): - Estamos interessados, sim.

O Orador: - Não estou muito mais interessado do que o Sr. Deputado, mas tendo por base o consenso encontrado não posso ir para além daquilo que ficou estabelecido. Agora se os Srs. Deputados quiserem chegar a novo consenso, então nós ficaremos aqui o tempo que for preciso para discutirmos isto.

Estão os Srs. Deputados dispostos a continuar por mais algum tempo este debate para que possam fazer todos os pedidos de esclarecimento, intervenções, defesas pessoais, da honra, etc.?

Pela nossa parte, estamos dispostos a continuar com o debate.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Nogueira He Brito pede a palavra para que efeito?

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça o favor, Sr. Deputado.

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Gostava de perguntar à Mesa se porventura não reparou que o Sr. Ministro da Administração Interna, a pedido meu, tinha autorizado que o interrompesse para lhe pôr uma questão.

O Sr. Presidente: - Sim, Sr. Deputado, vi-o fazer o sinal, não vi foi o Sr. Ministro conceder-lhe autorização para o interromper.

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Mas, Sr. Presidente, o Sr. Ministro está a confirmar o que acabei de dizer.

Aliás, se o Sr. Presidente me permite, queria dizer que a questão que quero pôr ao Sr. Ministro é grave, pelo que necessita de ser esclarecida imediatamente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, peço desculpa, mas já são 20 horas e 30 minutos e o Sr. Deputado José Luís Nunes interpelou a Mesa no sentido de estudar a possibilidade de se prolongar a sessão por mais algum tempo, até terminar esta discussão.

Daí que, não havendo oposição, se devam continuar os trabalhos, caso em que darei a palavra a V. Ex.ª para intervir.

O Sr. Deputado José Luís Nunes pede a palavra para que efeito?

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.