dá rendimento. Muitas vezes, as pessoas preocupam-se mais com o trajecto da seiva bruta do que com a beleza da seiva elaborada.

O Sr. Soares Cruz (CDS): - Muito bem!

O Orador: - Fazemos votos para que, num futuro muito próximo, possamos voltar a encontrarmo-nos numa unidade de ponto de vista relativamente às medidas de prevenção para as quais tivemos de dar o nosso esforço, para que a riqueza florestal seja cada vez mais efectiva e para que todos possamos enriquecer o nosso país, com todo o esforço dirigido para aquilo que ainda tem aproveitamento, uma vez que, neste momento, podemos constatar que as áreas devastadas já atingem uma área equivalente ao Algarve e, se não acudimos a Portugal a arder, sofreremos as consequências e deixaremos aos nossos filhos um penoso legado.

Aplausos do CDS e do PS.

O Sr. Presidente: - Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Octávio Cunha.

O Sr. Octávio Cunha (UEDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A UEDS votou também favoravelmente este voto porque, para além de todos os aspectos materiais que o problema da árvore pode levantar, consideramos que cada homem é ou traz em si uma árvore.

Na história do Mundo, as raízes da árvore vão bem mais longe no tempo do que as raízes do Homem. Ë na árvore e nas suas potencialidades que o homem sempre foi buscar a força que lhe dá a vida e o prazer de viver. Matar uma árvore é sem dúvida matarmos um pouco de nós próprios; plantar uma árvore é prolongar e enriquecer a vida de cada um de nós.

Aplausos da UEDS, do PS e do CDS.

O Sr. António Gonzalez (Indep.): - Peço a palavra para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para uma interpelação à Mesa, tem a palavra o Sr. Deputado António Gonzalez.

até tornam a floresta muito mais resistente ao fogo.

Para finalizar, refiro que, tendo elaborado um voto para a sessão de hoje -primeiro dia da Primavera e Dia Mundial da Floresta -, não o cheguei a entregar, porque quis solidarizar-me com o voto comum.

O Sr. Presidente: - Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Costa Andrade.

O Sr. Costa Andrade (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Também o PSD se congratula com a apresentação e aprovação deste voto, especialmente pelo facto de ter sido aprovado por unanimidade. Dado que não se projecta e não se desenvolve no seu conteúdo em medidas concretas de política de intervenção imediata no domínio da árvore e das florestas, questionar-se-á se a aprovação de um voto como este é algo mais do que um puro voto platónico. Para nós, é.

Por um lado, este voto vale como condenação moral, feita por esta Assembleia como representante legítima da consciência colectiva, de todos aqueles que criminosamente atentam contra o nosso património florestal. Por outro lado, vale também como solidariedade e apoio moral a todos aqueles que quotidianamente ganham o seu pão tratando as árvores - e afirmo-o com especial legitimidade, sendo certo que fui eleito deputado pela zona centro, onde a floresta e o trabalho florestal ocupam um lugar de grande peso na economia e na todos nos confrontamos nos limites com o ambiente natural e quando aí nos perfilamos como homens, tendo os valores fundamentais da nossa hominalidade como valores comuns, é possível colocarmo-nos de acordo quanto a problemas essenciais.

A aprovação deste voto por unanimidade tem também para nós, sociais-democratas, este valor. Para além de todas as divergências, há coisas de fundo, há coisas que relevam das raízes da própria hominalidade. Oxalá as saibamos explorar, oxalá a lição deste voto seja fecunda, para além do conteúdo aparentemente platónico do próprio voto!

Aplausos do PSD, do PS e do CDS.