namento do primeiro grupo nuclear nunca será antes do ano 2000.

Pergunto ao Sr. Secretário de Estado: é isto verdade? Não é necessário tomar uma opção em matéria de construção de centrais nucleares antes de 1990? Se isto for verdade, a interpelação do MDP/CDE é prematura; se isso não for verdade, a interpelação do MDP/CDE é oportuna.

Daí que pense que esta questão é fundamental, e gostaria que V. Ex." confirmasse ou desmentisse estas notícias vindas a público.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Eurico Correia, para que efeito está a pedir a palavra?

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Meireles Barros, para que efeito está a pedir a palavra?

O Sr. Meireles Barros (CDS): - Para um pedido de esclarecimento, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra. Sr. Deputado.

O Sr. Eurico Correia (PS): - Sr. Secretário de Estado, algumas das questões que desejava colocar-lhe já aqui foram expendidas pelo meu camarada Carlos Lage.

Também eu não ponho em dúvida que há uma necessidade de tomar decisões. Evidentemente que é necessária uma diversificação de formas de energia, e não me choca mesmo um estudo desta opção nuclear. Opção nuclear que já está bem generalizada no mundo, o que significa que isto não é uma asneira, mas uma necessidade, porque toda a gente quer energia e as formas de energia, como o sol, por exemplo, não são tão acessíveis como pode parecer a países como Portugal.

A minha preocupação, e voltando ao célebre ano de 1990, é esta: a energia nuclear, como forma de fornecimento de energia às populações e ao serviço de um plano de desenvolvimento, está a ser agora discutida em Portugal. Mas estas decisões já foram tomadas pelos países mais avançados há mais de 20 anos, há quase 30 anos!

E a pergunta que se me põe é a seguinte: quando formos tomar esta decisão, não estará já esta forma de energia ultrapassada?

Eu digo o porquê desta pergunta: é que há estudos nas universidades americanas que falam na fusão do hidrogénio. E a fusão do hidrogénio, essa sim, é uma forma de energia que não é perigosa porque não provoca radioactividade.

Risos do PCP.

O Sr. Meireles Barros (CDS): - Sr. Secretário de Estado, V. Ex.ª disse que o tempo é muito importante quando se fala de energia.

Estou de acordo com isso porque cada dia de atraso numa resolução energética corresponde, por vezes, a muitos milhares de contos, porque se trata de investimentos de dezenas e até centenas de milhões de contos.

Na realidade, verificou-se um atraso, um desfasamento notável entre o terminal carbonífero de Sines e a central de Sines.

Queria pedir a V. Ex.ª se nos dizia em quanto computa o prejuízo por esse atraso que, efectivamente, é real para Portugal.

Queria também pedir-lhe esclarecimentos sobre a opção das centrais a carvão, dado que, como já aqui foi dito na Assembleia, trazem consigo poluição intensa, para além das chuvas ácidas e de outros problemas, nomeadamente, o da grande quantidade de água de arrefecimento que é lançada no oceano e que vai perturbar, até por falta de oxigenação na zona em que é lançada, a fauna dessa mesma zona. Portanto, nem tudo é bom na central a carvão.

Eu queria perguntar-lhe se o Governo tem, realmente, um plano para defender ecologicamente a zona e, fundamentalmente, sob o ponto de vista de poluição no ar e na água, quais são as soluções que estão previstas.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado José Lello, também pediu a palavra para formular pedidos de esclarecimento?

O Sr. José Lello (PS): - Exactamente, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra.

O Sr. José Lello (PS): - Sr. Secretário de Estado, quando se abordam as questões do aproveitamento dos nossos recursos hídricos, referem-se, normalmente, os grandes empreendimentos e as soluções e as soluções mais sofisticadas, quantas delas com recursos avultosos a importações de tecnologia.

Ora, também V. Ex.ª se não referiu a um potencial inexplorado que tem a ver com nossos recursos hídricos. Trata-se da eventual construção de pequenos