tavel de um clima de instabilidade que vivíamos no nosso país.

Burburinho.

Mas isso não invalida, não invalida que a justa luta dos trabalhadores se tivesse feito em muitos locais, pelo facto de ter havido, num ponto ou noutro, algum desmando que fosse praticado. Parece-me que, mais do que isso, nesse momento, há uma generalização da afronta aos direitos dos trabalhadores e ainda não vi, nesta Assembleia, levantada a voz com tanta veemência como as perguntas que me foram feitas agora.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Alberto Andrade (PS): - Não apoiado!

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Já sabia que não apoiavas.

O Sr. Alberto Andrade (PS): - Não apoiavas, não: não apoiava. Salvo se a educação cívica ainda não chegou a sua casa.

O Orador: - Quanto às facções democráticas do MFA ...

Burburinho.

O Sr. Presidente: - Peço o favor aos Srs. Deputados. Pode continuar.

O Orador: - Quanto à pergunta que o Sr. Deputado Jorge Miranda me faz sobre as facções democráticas do MFA, pois certamente que no MFA nem todas as tendências são democráticas: há tendências democráticas e outras que demonstraram não sê-lo.

Vozes: - Não apoiado!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E foi exactamente essa situação, essa degradação da situação militar, acompanhada pela tendência de certos partidos, que nos conduziu a determinadas situações político-militares que estamos vivendo neste momento.

Certamente o Sr. Deputado Jorge Miranda queria-se referir ao documento dos nove. Pois, embora se trate de um documento controverso, o que é certo é que ele nasce de um movimento de militares que, para além do seu ideário político, deveriam ter prioritariamente um problema também de disciplina, disciplina essa que tanto apregoaram e têm apregoado até agora.

Independentemente do ideário político, como disse, independentemente de estar ou não estar de acordo com as ideias que nesse documento foram processadas.

Sobre as perguntas que o Sr. Deputado Amaro da Costa me fez, pois eu digo que a democracia não esteve em perigo pela existência do 25 de Novembro. A democracia esteve em perigo já antes do 25 de Novembro, o 25 de Novembro foi uma casualidade, unicamente, de uma tensão que existia neste país e continua a existir, habilmente aproveitada pelas forças de direita reaccionárias, para tentarem um retorno a regime autoritário e, possivelmente, a medidas políticas mais graves ainda no avanço da direita.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Essa grave confrontação, se existisse, não existia para esse pseudogolpe militar, porquanto verificou-se, o que aqui já foi dito até por um camarada de partido, que não havia nenhum plano de acção dos militares da esquerda quanto às forças que os atacaram, mas unicamente havia um plano pré-concebido e organizado das forças que atacaram essas mesmas que se dizem terem preparado o golpe de 25 de Novembro.

Burburinho.

Isto parece-me que não é motivo de riso, porque é um facto incontroverso.

Gargalhadas.

E essa grave confrontação, a dar-se, e em alguns casos se, deu, só foi devida à acção repressiva das forças que actuaram junto das unidades que, nesse momento, estavam com problemas reivindicativos e sabemos que assim foi porque houve casos desses, casos de violência militar em relação a unidades que estavam em estado de contestação em referência a poderes constituídos.

O Sr. Cunha Leal (PPD): - Isso não era indisciplina?

Burburinho.

O Orador: - Se esses militares devem ser julgados ou não, como os militares do 11 de Março, pois eu não desejo fazer confrontação entre os militares que neste momento se encontram presos sem culpa formada, por pseudo-envolvimento no 25 de Novembro, e os contra-revolucionários do 11 de Março.

Burburinho.

São duas acções completamente distintas e confundi-las é para mistificar mais uma vez o problema político nacional. E se eles estão culpados, se contra eles impendem acusações graves, de facto, tanto do foro militar como do foro civil comum, eu entendo que, se esses motivos existem, mas através de um inquérito honesto, eles devem ser condenados pelos crimes que cometeram, e não por serem contra-revolucionários.

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Joaquim Velez tenha a bondade.

Pausa.

Encontra-se presente o Sr. Deputado Joaquim Velez? Então, tenha a bondade.

O Sr. Joaquim Velez (PCP):- Sr. Presidente, Srs. Deputados: Muito se tem falado de pequenos