portuguesa do que o foi a Constituinte, porque mais representativa.
Aplausos do PPD.
Pateada e pancadas nos tampos das bancadas dos sectores do PS e PCP.
Vozes: - Fascista!
O Orador: - Mas os emigrantes não podem ser divididos ...
Manifestações acaloradas.
O Sr. Presidente: - Peço a atenção da Assembleia!
Continuam os apupos e pateada.
Peço a atenção da Assembleia!
Manifestações diversas.
Faz favor, Sr. Deputado, de continuar.
O Orador: - Não gostam de ouvir, eu repito: Mas os emigrantes ...
Intensificam-se as manifestações.
O Sr. Presidente: - Faz favor de continuar, Sr. Deputado.
Manifestações diversas.
O Orador: - Mas os emigrantes não podem ser divididos ...
Prosseguem as vozes de protesto.
Pausa.
O Sr. Presidente: - Faz favor de continuar!
O Orador: - ... em circunstâncias eleitorais. A sua representação terá de continuar a basear-se no critério de um único circula eleitoral, porque a única característica que diferencia esses trabalhadores dos outros trabalhadores portugueses é unicamente trabalharem no estrangeiro, seja qual for o país.
Porquê essa, divisão?
Qual a justificação que consta, será feita em proposta para uma divisão dos emigrantes em duas metades se efectivamente tal critério nem sequer se baseia numa realidade aritmética?
Tratar-se-á de um novo «Tratado de Tordesilhas» ou de uma «cortina de ferro» a separar os trabalhadores portugueses?
Manifestações diversas.
É também certo que a solução que agora se pretende consagrar poderia favorecer (desigualmente a nível de delimitação de circunscrições eleitorais) os partidos políticas que só ganham com a divisão mais ou menos artificiosa do círculo dos emigrantes.
Parece que essa, proposta limita a quatro Deputados os representantes dos emigrantes.
Será essa representação justa de cerca de dois milhões de portugueses?
Vozes (das bancarias do PPD): - Não!
O Orador: - Será que os emigrantes valem vinte vezes menos que os outros portugueses?
Vozes: - Não!
O Orador: - É este o valor que se atribui ao patriotismo e à colaboração que é pedida aos emigrantes na reconstrução do País?
Vozes (em uníssono, das bancadas do PPD): - Não!
O Orador: - O meu partido estará, no entanto, atento às manobras que nesse sentido se façam, por detrás de sorrisos ...
Vozes de protesto.
... que tentam fazer esquecer decisões passadas por estarem a pensar nas eleições futuras.
O Sr. Luís Filipe Madeira (PS): - Boa piada!
O Orador: - Portanto, esperamos da parte dos partidos que agora aceitaram a posição do PPD que essa aceitação não signifique mero oportunismo eleitoralista, mas a consciência, permanente ...
Vozes de protesto.
Uma voz: - Vai para o Brasil!
O Sr. António Campos (PS): - Ó pá, que imbecilidade!
O Orador: - ... mas a consciência permanente de que os trabalhadores portugueses, como quaisquer outros trabalhadores ...
Manifestações diversas.
O Sr. Presidente: - Peço a atenção, Srs. Deputados!
Prosseguem as manifestações.
Tenha a bondade, Sr. Deputado, de continuar.
O Orador: - Mas a ...
Mas a consciência de que eles são tão portugueses como os outros trabalhadores portugueses e merecem e justificam uma atenção permanente dos seus problemas e dificuldades e o contributo de todos nós para os resolvermos.
Na resolução dos seus problemas, Srs. Deputados, na luta pelos seus direitos iremos todos prosseguir. Só assim serviremos os interesses dos portugueses segundo a sua vontade livremente expressa e seremos dignos da confiança que eles em nós depositaram.
Tenho dito.
Voares: - Vivam os emigrantes.
Pateada
Aplausos do PPD.