Eu não disse nem classifiquei como sabotagem a luta dos trabalhadores. A luta dos trabalhadores, quando se destina a defender os seus interesses, a prosseguir os seus fins que lhe são próprios, é uma luta perfeitamente justa. O que eu denunciei é a manipulação que se está a pretender fazer das lutas dos trabalhadores, a sua activação coordenada com fins de combater e deitar abaixo um mínimo de política construtiva que o VI Governo está a fazer.
Repudio, portanto, a acusação e devolvo-lha dizendo que o senhor mais de uma vez costuma atacar aquilo que realmente não existe.
Uma voz: - Muito bem!
O Orador: - Se a Intersindical existe? Pois existe.
Eu só lamento que haja elementos de outros partidos que não se dêem conta de que a Intersindical existe e que ela continua a prosseguir os seus fins, que prosseguia na altura em que muitos partidos, finalmente acordados, lutavam contra a unicidade sindical, porque sabiam o que ela representaria.
O Sr. Vital Moreira (PCP): - Isso é falso.
O Orador: - Pois não pensem essas pessoas que hoje está adormecida. Ela continua a actuar e a prosseguir exactamente os mesmos fins.
Uma outra pergunta: se isto prenunciaria uma política do PPD no Governo.
Não façam autoconfissões. Não tenham medo de que partidos democráticos, se o povo lhes confiar o Poder, façam aquilo que pretendem fazer os outros com as suas formosas listas de actividades a fazer e de pessoas a eliminar. Não tenham medo, que o PPD não o fará.
Uma voz: - Muito bem!
O Sr. Vital Moreira (PCP):- Tem uma experiência de quarenta e oito anos.
O Orador: - Será um programa mais realista e mais eficaz. É um programa que pensamos ser mais realista e mais eficaz. Não a favor daquelas baboseiras que disse o Sr. Deputado, mas a favor de uma política que esteja a favor de todos os portugueses - uma política realista. Não tente mistificar palavras, quando se diz um programa mais eficaz e mais realista. Até um mínimo de senso comum veria que é um programa que naturalmente tem de ser mais eficaz, mais realista, para resolver os problemas de todos nós.
O Sr. Carlos Lage (PS): - Está a vender a banha da cobra.
Grande agitação.
O Orador: - Quanto à batata de semente (pelos vistos, a mesma batata quente foi tratada pelo Sr. Deputado Vital Moreira e pelo Sr. Deputado Alberto Adelino), quanto a essa batata, tenho a ler o comunicado da Comissão Política Distrital de Leiria do PPD, que lhe dá resposta cabal.
Vozes de protesto.
Diz o comunicado: «Para que não restem dúvidas a ninguém, agradece-se ao PS que torne públicas as suas respostas às seguintes perguntas: é ou não da Secretaria de Estado do Abastecimento e Preços, confiada a um militante do PS, que depende a Junta Nacional das Frutas?
É ou não a mesma Secretaria de Estado, agora chamada Comércio Alimentar, que desde sempre tem a seu cargo o abastecimento e os preços de batata de semente e de consumo?
Foi ou não aquela Secretaria de Estado quem libertou os presos da batata em benefício dos intermediários e em prejuízo dos agricultores?
Foi ou não a mesma Secretaria de Estado quem mentiu ao País declarando em nota oficiosa de Janeiro que o abastecimento estava assegurado?
Foi ou não ainda aquela Secretaria de Estado e o Ministério de Agricultura (também do PS) que se revelaram incapazes de conhecer as necessidades dos agricultores e do País em abastecimento de batata?
Eu creio que, com estas questões, as respostas estão dadas a três pessoas ao mesmo tempo.
Vozes: - É falso!
Grande gritaria.
O Orador: - Não é falso, não! Não é.
(O orador não reviu.)
Exaltação geral.
Grande burburinho e gritaria.
O Sr. Presidente: - Peço a atenção, Srs. Deputados. Não se prova nada vociferando.
A exaltação continua.
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peço a vossa atenção. O Sr. Deputado Campos não tem a palavra.
Dispomos de cinco minutos.
Protestos.
O Sr. Presidente: - Não, Sr. Deputado.
Protestos.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Campos não tem a palavra.
Vozes.
O Sr. Presidente: - Dispomos de cinco minutos. O pedido de esclarecimento está concluído..
Burburinho.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado deseja o quê?
O Sr. Alberto Avelino (PS): - Era para responder em nome do Partido Socialista.
O Sr. Presidente: - Não há resposta, não há diálogo no meio de pedidos de esclarecimento! Está arrumado o assunto.
O Sr. Alberto Avelino: - O Sr. Alfredo de Sousa fez perguntes ao Partido Socialista.