foi constituída na base de vis calúnias que não se coadunam nada com o espírito cristão que arvorou.

(O orador não reviu.)

O Sr. Pedro Roseta (PPD): - Muito bem!

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Jorge Miranda para formular uma pergunta, um pedido de esclarecimento.

Pausa.

O Sr. Deputado Barbosa de Melo tenha a bondade. Faça o favor de desculpar.

O Sr. Barbosa de Melo (PPD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Pedia a palavra para fazer um pedido de esclarecimento.

Considero a intervenção que o Sr. Deputado do Partido Socialista, que acaba de falar, aqui proferiu como uma intervenção cheia de brilho literário e cheia de nobreza moral.

O Sr. Theodoro da Silva (PPD): - Foi uma Intervenção democrata-cristã.

O Orador: - Eu também sou daqueles que entende, que aceita, que faz como sua regra de vida o princípio paulino de que «quem não trabalhar não comerá».

Uma voz: - Tem de ser assim ...

O Orador: - Apesar do brilho e da profundidade de intervenção que fez, há dois aspectos que eu lhe gostaria de perguntar, duas perguntas que gostaria de lhe fazer, cabendo-lhe, assim, obviamente o direito de responder ou não.

A primeira diz respeito à posição que traçou a respeito do Partido Popular Democrático. Fez afirmações, coligiu citações, proferidas até com uma certa data, segundo suponho.

E eu pergunto-lhe se teve em conta o conteúdo do Diário das Sessões desta Assembleia depois da data que arbitrariamente escolheu.

A segunda pergunta diz respeito ao seguinte: Teceu o Sr. Deputado considerações que menosprezam a via social-democrática para se atingir o socialismo. Teceu considerações invocando exemplos estrangeiros. E eu pergunto-lhe se teve conta, nas observações de algum modo desprimorosas que fez a essa via, se teve em conta os partidos que estão filiados na Segunda Internacional Socialista.

(O orador não reviu.)

Uma voz: - Muito bem!

Outra voz: - É assim mesmo.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Miranda.

O Sr. Jorge Miranda (PPD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Tal como na intervenção que fiz e que foi citada pelo Sr. Deputado Teles Grilo, eu continuo a pensar que devemos fazer uma Constituição democrática e socialista, e queria desde já perguntar ao Sr. Deputado Teles Grilo se não tomou em consideração algumas intervenções minhas, muito posteriores àquela que citou, nomeadamente a intervenção sobre democracia e poder popular feita em Dezembro, já depois dos acontecimentos de 25 de Novembro; a intervenção sobre poder local feita em Janeiro deste ano, e, finalmente, a declaração de voto que ontem mesmo li, nesta Assembleia, em que falava expressamente na necessidade de uma transformação socialista das estruturas da comunidade portuguesa, ontem, nesta Assembleia Constituinte.

Uma voz: - Vá lá ...

O Orador: - Em segundo lugar, eu gostaria de perguntar ao Sr. Deputado Teles Grilo, embora provavelmente ele não queira esclarecer esse ponto - mas para mim é um ponto fundamental -, qual o modo como ele correlaciona as opções cristã e marxista a que adere.

A Sr.ª Maria Emília de Melo (PS): - O Sr. Bispo do Porto, Sr. Deputado, lhe explicará.

merecer uma palavra de reparo, uma palavra de crítica. Porque eu estou convencido, com toda á sinceridade, de que, em grande parte, o facto de não se fazer referência, o facto de agora se querer esquecer esse golpismo é grandemente responsável pela adesão que largas massas da população portuguesa estão a dar a movimentos anti-socialistas. É preciso reabilitar o socialismo, e o Sr. Deputado Teles Grilo deveria esclarecer também este ponto.

(O orador não reviu.)

O Sr. Manuel Gusmão (PS): - Reabilitar de quê?!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: Atingimos o limite do nosso período, «antes da ordem do dia». E só com o consenso da Assembleia eu poderia prolongar por mais alguns minutos os pedidos de esclarecimento dos Srs. Deputados. Pela lista de inscrição são as seguintes: Sr. Deputado Pedro Roseta, Sr.ª Deputada Helena Roseta e o Sr. Deputado Olívio França.