É um facto ...

É um facto ...

Posso continuar?

O Sr. Presidente: - Peço a atenção da Assembleia, por favor! ...

Faça o favor de continuar, Sr.ª Deputada.

Vozes: - Muito bem!

A Oradora: - A pergunta que eu queria fazer não era uma pergunta sobre o meu partido. Eu admito que todas as pessoas que aqui estão, que não pertencem ao meu partido, tenham sobre ele posições diferentes da minha. É evidente. Não lhe peço que fale sobre o meu partido nem vou eu falar sobre ele. Como disse, pelas suas palavras, o povo é que tem de dar a resposta, e eu estou de acordo.

Aquilo que eu pergunto é, simplesmente, isto: insinuou que o Partido Popular Democrático estaria interessado na defesa das multinacionais. Não vou eu aproveitar a ocasião para dizer qual é a posição do Partido Popular Democrático.

Eu apenas pergunto como compatibiliza essa sua insinuação com a afirmação do dirigente do seu partido Jorge Campinos, num almoço no American Club, em Lisboa, em que ele disse que estamos abertos à colaboração com todos os países que têm afinidades ideológicas connosco, como os Estados Unidos da América? É só isso que eu queria perguntar.

(A oradora não reviu.)

Uma voz: - Boa!

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Olívio França, tenha a bondade. É o último orador inscrito para pedir esclarecimentos.

O Sr. Olívio França (PPD): - É uma simples pergunta.

Se o Sr. Deputado, tendo feito uma análise crítica sobre pretendidas contradições das palavras dos Deputados do PPD e do seu programa, por que razão é que fugiu à natural obrigação de fazer análise crítica das contradições dos Deputados do seu próprio partido e especialmente no que diz respeito ao seu próprio secretário-geral?

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Basílio Horta desculpe, eu não tinha reparado. Tenha a bondade.

O Sr. Basílio Horta (CDS): - Sr. Presidente: Eu pedia palavra para interrogar a Mesa, porque há aqui alguma coisa de estranho para o meu partido.

O problema que se põe é que nós estamos hoje a assistir a pedidos de esclarecimento que são verdadeiras intervenções.

Vozes: - Muito bem!

baila e ser qualificado de maneira imprópria como foi. Nesta ânsia de atacar tudo e todos, o Partido Popular Democrático já nem sequer nos poupa, nem sequer poupa o nosso silêncio e a nossa verticalidade!

Gargalhadas.

Burburinho.

Portanto, eu pergunto ao Sr. Presidente se posso ou não pedir esclarecimento à Sr.ª Deputada Helena Roseta, para que de uma vez por todas estes contenciosos possam ser fielmente esclarecidos e não se continue a enganar o povo português como até ao momento tem sido enganado por este partido.

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - Atenção, Srs. Deputados. Sem dúvida que o Regimento não tem sido impecavelmente respeitado. Os Srs. Deputados serão certamente os primeiros a compreender a dificuldade que tem o Presidente, que é naturalmente propenso à maior liberdade de expressão dos seus pares, em interromper, em chamar a atenção. O Sr. Deputado tem toda a razão quando afirma que, efectivamente, algumas das intervenções que aqui foram feitas fugiram muito do princípio normativo do nosso Regimento quanto aos pedidos de esclarecimento. Desculpará o Sr. Deputado. Para que não se continue a infringir, o pedido de esclarecimento tem de ser dirigido ao orador que fez a primeira intervenção e o Sr. Deputado terá ocasião, noutra oportunidade, de fazer a intervenção que entender de resposta à Sr.ª Deputada Helena Roseta e estabelece, com ela o diálogo que achar conveniente.