nas fábricas e nos campos não gere novas divisões. As próximas eleições são apenas uma batalha, não se iludam os que pensam que com as eleições as lutas dos trabalhadores deixarão de existir, suestimar a força dos trabalhadores é erro grave, pois seja qual for o resultado os trabalhadores continuarão a unir-se e a organizar-se na luta contra a exploração capitalista.

Tenho dito.

(O orador fez a sua intervenção na tribuna.)

Aplausos.

O Sr. Presidente: - Pedidos de esclarecimento?

Pausa.

O Sr. Deputado Barbosa de Melo.

O Sr. Barbosa de Melo: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Segui com interesse a exposição que acaba de ser festa. Verifiquei, ao longo dela, que o Sr. Deputado é particularmente sensível a críticas, não gosta dos juízos críticos. Mas, em todo o caso, não prescindo dessa arma que considero instrumento privilegiado para a salvaguarda da democracia: a crítica, a crítica naturalmente construtiva, como cumpre a qualquer democrata.

Mas a pergunta que eu concretamente gostaria de fazer ao Sr. Deputado diz respeito a este problema concreto: será que o Sr. Deputado considera que reforma agrária é só, e é tudo, o que corre aí como reforma agrária do Sr. Engenheiro Lopes Cardoso? Será que reforma agrária só há uma, a de Lopes Cardoso e mais nenhuma?

(O orador não reviu.)

Uma voz: - Não é a do Lopes Cardoso, é aquela que o PPD assinou e agora rejeita.

Vozes: - Muito bem!

Burburinho.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado António Ruano.

O Sr. António Ruano (PPD): - Era só uma pergunta que eu desejava fazer.

O PS diz que defende os pequenos e médios agricultores. Qualquer pessoa medianamente bem informada sabe que isso é impossível sem defender a exploração agrícola de tipo familiar, perfeita ou imperfeita.

O PS nunca defendeu aqui ou lá fora este tipo de exploração agrícola. Como compatibiliza o Sr. Deputado esta contradição?

(O orador não reviu.)

Burburinho.

O Sr. Presidente: - Eu chamo a atenção dos Srs. Deputados de que o Sr. Deputado interpelante não foi nenhum daqueles que agora interveio. É o Sr. Deputado interpelado que vai responder e entretanto tem a palavra o Sr. Deputado bantos Cobra para um pedido de esclarecimento.

O Sr. Santos Cobra (INDEP.): - O Sr. Deputado Artur Cortez falou em diversos temas e eu queria perguntar se a chamada reforma agrária do PS, do Ministro Lopes Cardoso, é a defesa dos latifundiários e dos exploradores absentístas do Alentejo.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Esclarecimento, suponho, mais nenhum. V. Ex.ª tem a palavra para responder, como é do seu direito.

O Sr. Artur Cortez (PS): - Ora, em relação à pergunta que me foi colocada pelo Sr. Deputado Barbosa de Melo, cujos considerandos falam em juízos críticos, queria-lhe dizer que não considero que sejam juízos críticos os documentos emanadas pelas bases do seu partido cujo teor é altamente reaccionário.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Quanto à reforma agrária a que fez referência, penso que a reforma agrária do meu camarada Lopes Cardoso está mais do que esclarecida. Penso que só não está no espírito daqueles que julgam que a Reforma Agrária é a defesa dos interesses dos latifundiários.

Quanto à pergunta do Sr. Deputado António Ruano, queria-lhe simplesmente responder dizendo que é mentira o que acaba de dizer, pois que o Partido Socialista também defende a exploração agrária do tipo familiar:

O Sr. Pedro Roseta (PPD): - Ai sim?!

Burburinho.

O Sr. Presidente: - Suponho que está muita gente a responder ao Sr. Deputado interpelado.

O Orador: - O Sr. Presidente desculpe, mas pareceu-me ter sido interpelado pelo Sr. Deputado Pedro Roseta. Gostaria de saber se fui interpelado por um provocador.

Vozes: - É. É.

Aplausos.

O Sr. Pedro Roseta (PPD): - Pelo menos não sou oportunista.

Uma voz: - És provocador.

O Sr. Presidente: - Na lista das pessoas que pediram a palavra não está incluído o Sr. Deputado Pedro Roseta.

Manifestações.

O Orador: - Agradecia então que solicitasse ao Sr. Deputado Pedro Roseta que me deixasse concluir.

Em relação à pergunta que me é colocada pelo Sr. Deputado Casimiro Cobra, eu penso que na pergunta que ele me coloca está implícita a resposta, pois a reforma agrária do meu camarada Lopes Car-