Mas, num considerando, efectivamente lamento pessoalmente que as expressões que temos aqui ouvido sejam usadas nesta Câmara. Sobretudo expressões que são objecto de uma ponderação, a ponderação que nelas se põe, quando elas aparecem aqui para serem lidas. «Gauleiters», todos sabemos, que eram representantes do Partido Nazi, nas pequenas comunidades. Tartufos, todos sabemos o que são. E noutras expressões que daqui saíram reconheço, nalgumas delas, também deslocamento, também não dignificam muito esta Assembleia.

A pergunta que eu queria fazer é a seguinte: Pareceu-me perceber que o Sr. Deputado José Luís Nunes considerou que a conduta política, os actos políticos do Srs. Deputado Mário Soares, leader, secretário-geral do Partido Socialista, que a conduta dele é como que a conduta de um desbravador, de um descobridor de coisas.

Será isto, será esta a racionalização que eu devo dar às palavras do Sr. Deputado José Luís Nunes?

Mário Soares inventa a história e os o utros apenas se limitam a repeti-la.

A Sr.ª Maria Emília de Melo (PS): - Quando não são políticos e são papéis químicos ...

O Sr. Presidente: - Creio que não há mais nenhum Sr. Deputado que tenha pedido a palavra para esclarecimento.

Pausa.

O Sr. Rodrigues dos Santos, tenha a bondade.

O Sr. Rodrigues dos Santos (PPD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Julgo-me particularmente autorizado a formular algumas perguntas ao Sr. Deputado José Luís Nunes, neste momento, por se confrontarem em mim duas qualidades que dessa autoridade me revestem: a de ter e sempre haver tido oportunidade de manifestar ao Sr. Deputado José Luís Nunes a consideração em que o tenho e a circunstância de ser, como todos os que me conhecem sabem, um velho amigo de Mário Soares. Posto isto, julgo poder perguntar ao Sr. Deputado José Luís Nunes se, em sua consciência, ele entende que é pela forma por que acaba de fazer que deve realizar e atingir os seus objectivos eleitorais. Segundo, se ele se considera com suficiente autoridade moral e política para tratar da forma por que o fez o Dr. Sá Carneiro.

Uma voz:- Muito bem!

Aplausos do PPD.

O Orador: - E terceiro ...

A Sr., Maria Emília de Melo (PS): - E de todo o grupo parlamentar.

O Orador:- Como? Digam?

Burburinho.

Vozes de protesto.

Se têm alguma coisa a dizer, digam, que eu respondo...

O Sr. - Presidente: - Faz favor de continuar, Sr. Deputado, ninguém tem nada que dizer. Peço a atenção da Assembleia.

O Orador: - Terceiro, se o Sr. Deputado José Luís Nunes acharia bem e gostaria que alguém cometesse a injustiça, a má-criação, a indignidade de vir dizer aqui de Mário Soares aquilo que ele disse de Sá Carneiro.

(O orador não reviu.)

Manifestações diversas.

O Sr. Presidente: - Atenção, Srs. Deputados.

Suponho que não há mais nenhum Sr. Deputado que tenha pedido a palavra para pedido de esclarecimento.

Tem o Sr. Deputado José Luís Nunes a palavra, se assim o entender, para responder.

O Sr. José Luís Nunes (PS):- Ora, eu vou utilizar nas minhas respostas diversos tons, conforme o tom que foi utilizado para comigo.

Uma voz: - Isso é demagogia.

Outra voz: - Cala-te. Vai-te embora.

O Orador: - Ainda não comecei e já o Sr. Deputado está a falar em demagogia!

Burburinho na Sala.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados! Eu peço a atenção da Assembleia, porque ainda está no uso da palavra o Sr. Deputado José Luís Nunes. Ele está m seu direito.

Peço, por favor, o vosso silêncio.

Têm o direito de pedir a palavra as vezes que entenderem e lhes for concedido, conforme o Regimento.

Eu entendo que não têm o direito de estar a perturbar quem está no uso da palavra.

V. Ex.ª pode continuar, Sr. Deputado José Luís Nunes.

O Orador: - Quanto à intervenção do Sr. Deputado José Ferreira Júnior, que considera que é das piores intervenções que eu fiz, não posso agora reproduzir tudo o que disse, mas a ideia é a de que era uma intervenção má e indigna - é isso?- da minha qualidade intelectual.

Eu devo dizer que as únicas pessoas que julgam a qualidade das minhas intervenções, se elas são boas ou más, indignas ou dignas, é o meu partido e o grupo parlamentar do meu partido.

Vozes: - Muito bem!

Aplausos.

Uma voz: - Cacique.

O Orador: - Agora há um segundo ponto, que é «os mestres». Eu quando falei em mestres, não falei em mestres de Direito Administrativo.