seguinte: quando fala em ataques histéricos e grosseiros está a referir-se aos militantes do PPD, que, nas vésperas da cimeira socialista, andaram, histérica e grosseiramente, a arrancar os cartazes do meu partido, substituindo-os por pinturas feitas histérica e rapidamente?

Vozes: - Muito bem!

Aplausos.

O Orador: - A segunda pergunta é a seguinte: o Sr. Deputado teve a gentileza de nos informar ontem de que o seu secretário-geral tinha ido à Alemanha, a convite do Governo Alemão, e, procurando antecipar um bocado os factos, dado que o nosso camarada Mário Soares se encontra em Paris, eu gostaria de saber quando é que o Dr. Sá Carneiro vai a Paris ...

(O orador não reviu.)

Uma voz: - Já foi.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Carreira Marques tem a palavra para interpelar o Sr. Deputado Alfredo de Sousa.

O Sr. Carreira Marques (PCP): - Considerando que o Sr. Deputado, na sua intervenção de ontem, baseou a sua ideia de relance da economia no reajustamento dos preços, e mesmo quase implicitamente na manutenção da taxa de mais-valia extraída ao valor produzido pelos trabalhadores, e em nenhuma das suas intervenções se referiu à política salarial do Governo e às reivindicações dos trabalhadores; considerando ainda que essa sua política conduz necessariamente à manutenção e mesmo ao agravamento da exploração dos trabalhadores portugueses, a que eles naturalmente não poderão deixar de reagir: não concorda o Sr. Deputado que, em última análise, a política económica que defende conduz necessariamente à repressão dos trabalhadores?

Segunda pergunta, Sr. Deputado: o Sr. Deputado, na sua intervenção de ontem referiu-se, ainda que de passagem, mas como exemplo - e frisou -, à degradação económica do nosso país, àquilo a que chamou a « reforma» do PCP. Penso que se referiu à Ref para este é sempre desagradável, naturalmente por motivos temperamentais.

Para responder aos intervenientes, o Sr. Deputado Alfredo de Sousa dispõe de cinco minutos.

O Sr. Manuel Gusmão (PCP): - Vai falar o cifrão.

O Sr. Alfredo de Sousa (PPD): - Que gracinha!

O Sr. Presidente: - Peço atenção para o Sr. Deputado Alfredo de Sousa.

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Esta Assembleia assistiu ontem a um espectáculo altamente triste e degradante.

Manifestações várias.

O Sr. Deputado do PCP, perdendo o contrôle mínimo que devia manter, tentou fazer-me com raiva babosa e histeria desesperada um ataque pessoal.

Vozes imperceptíveis.

Ainda me defendo de acusações e calúnias ...

Uma voz: - Muito bem!

O Orador: - Quero aqui deixar bem claras duas coisas. A primeira é que a táctica empregue e a linguagem usada demonstra-o - pretende desviar a atenção do ponto principal que é o da nova estratégia golpista do PC e as suas organizações na criação de um forte clima de agitação social com finalidades políticas, como já o reconheceu o Conselho da Revolução.

O Sr. Pedro Roseta (PPD): - Muito bem!

O Orador: - Concentrando os ataques numa pessoa, pretende-se desviar francamente a atenção do principal.

Mas não pegará, suponho, essa táctica, porque a acusação é válida, a sua consistência é patente e permanece de pé.

A segunda declaração que desejo sublinhar é que o primeiro Sr. Deputado que me interpelou desceu tão baixo, afundou-se tanto na lama, que, mesmo para dar a sapatada verbal que merecia, teria eu próprio de lhe descobrir as suas mazelas e, portanto, correr o risco de me salpicar na sua lama.

Uma voz: - Muito bem!

O Sr. Manuel Gusmão (PCP): - O que é que isso quer dizer?

Burburinho.

O Orador: - No entanto, Sr. Presidente e Srs. Deputados, como aquele Deputado caluniador lançou mão descaradamente da táctica nazi-gobeliana, segundo a