trava-se inscrito antes do Sr. Deputado que acaba de falar o Sr. Deputado Santos Silva.

Bem sei que terminou o período de antes da ordem do dia. Parece-me justo, ou pelo menos parecia-me injusto que não se concedesse neste momento a palavra ao Sr. Deputado Artur Santos Silva. E se a Assembleia, porventura, não se manifestar em sentido contrário, tem V. Ex.ª a palavra, a não ser que prefira ficar para amanhã.

O Sr. Santos Silva (PPD): - Há um lapso. Eu realmente pedia palavra, mas para a ordem do dia, e não para antes da ordem do dia.

O Sr. Presidente: - Está bem. Nesse caso está tudo remediado.

Está terminado o período de antes da ordem do dia. Convido o Sr. Presidente Henrique de Barros a retomar o seu lugar.

Pausa.

O Sr. Presidente Henrique de Barros retoma o seu lugar.

O Sr. Presidente: - Em primeiro lugar, na ordem do dia vamos ouvir o parecer da Comissão de Verificação de Poderes sobre a substituição do Sr. Deputado António Rodrigues.

Tem a palavra o seu relator.

O Sr. Carlos Candal (PS):

Relatório e parecer

A substituição em causa é de admitir- já que se encontram verificados os requisitos legais.

(Seguem-se as assinaturas, tendo havido duas substituições ocasionais de elementos da Comissão.)

O Sr. Presidente: - Está em apreciação este parecer.

Se ninguém se opõe, consideramos a substituição efectivada tal como é proposta.

Pausa.

Vamos continuar a discussão na generalidade do parecer da segunda comissão. Como se recordarão, na última sessão foi feita uma contagem, através da qual se verificou não havia quórum, razão pela qual suspendemos a sessão. Entretanto, estavam já inscritos diversos oradores, que ficaram por consequência com a palavra reservada. O primeiro orador inscrito é o Sr. Deputado Galvão de Melo, para discussão na generalidade do parecer da segunda comissão.

Pausa.

Tem a palavra para uma primeira intervenção, com a duração máxima de vinte minutos.

O Sr. Galvão de Melo (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Ainda a propósito dos direitos e liberdades, o fundo do problema é: ou «ditadura do proletariado ou fascismo» porque «socialismo em liberdade é uma ideia de tontos».

Não é possível levar o País ao socialismo por intermédio de uma ampla coligação democrática.

Pensar-se que o Partido Socialista, com os seus 40 % de eleitorado, e o Partido Popular Democrático, com os seus 27 %, constituem a maioria é insistir no erro.

De resto, o processo eleitoral não é mais que um complemento marginal da dinâmica revolucionária.

«A Constituinte não será uma Câmara de Deputados.»

«Em Portugal não haverá Parlamento.»

(Há que) «rechaçar totalmente as liberdades democráticas».

Porque, «nós, os comunistas, não aceitamos o jogo das eleições».

Porque, «nós, os comunistas portugueses, necessitamos dos militares ...».

Eu, aqui, entendi «nós, os comunistas portugueses, necessitamos, apenas, do s militares, e nada temos a ver com democracia e seus actos eleitorais ...

Eu, aqui, entendi «nós, os comunistas portugueses, porque dispomos da força militar, não precisamos saber qual a vontade do povo ...»

Srs. Deputados: Com excepção das duas últimas interpretações, tudo o que acabo de vos ler - e muito mais em tudo semelhante - ocupa três longas páginas da revista, mundialmente conhecida, o Paris-Match de 28 de Junho último.

Porém, a originalidade do texto, não pertence ao semanário francês, mas sim ao Europeu, semanário