para a dignificação da Assembleia e, naturalmente, da Mesa e por impedir que a Assembleia possa contribuir de mineira grande ou pequena para o anedotário dos cargos dos grupos parlamentares ou para as discussões caricaturais.
Se a Mesa entende que nas contraprovas podem participar Deputados que não participaram na votação e na contraprova o podem fazer. Se a Mesa entende no caso de isso acontecer, não cumpriu, por razões que são compreensíveis, o seu poder de ver, de contrôle da vida da Assembleia.
O Sr. Presidente: - O que se verificou foi dificuldades na contagem e divergências entre os Secretários.
Vozes: - Não apoiado!
O Sr. Presidente: - Peço desculpa, foi.
Verificaram-se divergências nas informações que chegaram à Presidência na contagem e isto estabeleceu confusão. Entretanto, foi pedida uma nova rotação, visto que o resultado ira muito tangencial e fez-se a votação de uma maneira cuidadosa e por fila.
Não creio que tenha sido afectada na menor proporção a dignidade desta Assembleia; (aplausos) nem estou disposto a admitir observações desse género.
Se é essa a vossa interpretação, eu abandono o lugar.
Se uma percentagem apreciável dos Deputados entende que a maneira como a Presidência age é incorrecta, o Presidente abandona o lugar neste mesmo momento.
Vozes: - Não apoiado!
O Sr. Mota Pinto: - O Sr. Presidente dá-me licença.
O Sr. Presidente: - O Sr. Secretário pede para dar esclarecimentos.
O Sr. Secretário: - Suponho que isto, certamente, terá importância naquilo que o Sr. Deputado Mota Pinto vai dizer. Na contagem anterior, antes da contraprova, o meu colega do Partido Comunista e eu próprio tínhamos contado 127. Simplesmente, o secretário do Partido Popular Democrático contou 124. Por isso, havia divergências na Mesa. Na contraprova que efectuámos, não sei se entretanto entraram Deputados, estou em crer que sim, mas a contraprova que efectuámos deu o meu número que já tinha sido contado na anterior votação antes da contraprova.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Deputado Mota Pinto.
O Sr. Mota Pinto: - Sr. Presidente: É apenas para esclarecer que, como acentuei, não havia nenhuma reserva mental nas minhas palavras.
O Sr. Presidente: - Certamente!
O Orador: - Não havia nenhuma intenção da minha parte de pôr em causa a condição da Assembleia e de V. Ex.ª Aliás, já expressamente tive ocasião de aqui neste hemiciclo me pronunciar no sentido completamente oposto àquele que resultaria das considerações que o Sr. Presidente teceu. Se é que elas se referiam a mim.
Efectivamente, considerando as palavras que o Secretário da Mesa acaba de pronunciar, no fundo estou convencido que alguém entrou entretanto. Se na sua alusão existe alguma atitude que é mais desrespeitosa para com a Mesa, não é, com certeza, da minha parte.
(O orador não reviu.)
O Sr. Presidente: - Agradeço muita as suas explicações.
Estamos na hora ...
O Sr. Coelho dos Santos: - V. Ex.ª dá-me licença, também queria interrogar a Mesa.
Mesmo que as minhas palavras, mesmo que durante a minha intervenção - eu pedi para interrogar a Mesa -, mesmo que ao interpelar a Mesa eu pudesse utilizar expressões que pudessem parecer à Mesa menos correctas, estou certo que isso não explicaria que a Mesa pudesse ter atitudes menos correctas comigo, e também estou convencido que não as terá o leader.
A minha pergunta é na sequência da pergunta formulada pelo leader do PPD, que não foi respondida. Na verdade interessa saber que só pode votar quem participa na discussão, ou se, contrariamente, e eu defendo este segundo ponto de vista, qualquer Deputado pode votar. É esta a pergunta formulada que não obteve resposta.
O Sr. Presidente: - A resposta está, dada. A primeira contagem não mereceu confiança e requereu-se uma segunda, que se fez em condições que permitiram merecer confiança. É a resposta. Alguém pediu a palavra?
Pausa.
Nos termos do nosso Regimento não podemos prosseguir. Ficarão ainda algumas propostas de aditamento para resolver na próxima sessão.
Está levantada a sessão.
Na col. 1.ª do sumário, l. 22, onde se lê: «foi lido», deve ler-se: «foi mencionado.