do povo, permanentemente sujeita a «golpes de mão», por parte de aventureiros e oportunistas que pretendem pôr em causa a autoridade do Presidente da República.

Certos de que os deliberados desvios e irregularidades registados na Emissora Nacional repercutem e agravam a actual crise do País, os trabalhadores socialistas da informação decidiram enviar ao Presidente da República, comandante do COPCON e chefes dos estados-maiores dos três ramos das forças armadas o seguinte telegrama:

Alertamos V. Ex.ª situação terrorismo instalada dentro Emissora Nacional circulação desconhecidos civis armados perante passividade 5.ª Divisão que incessantemente lança intranquilidade povo português através sucessivas emissões tendenciosas partidárias divisionistas.

Instalações e pessoal Emissora Nacional correm graves riscos passar controle minorias activistas susceptíveis em emergência lançar País indiscritível confusão fora alçada poderes político-militares constituídos.

Exigi mos intervenção pessoal medidas imediatas restabelecimento legalidade democrática.

Os trabalhadores socialistas da comunicação social, vítimas do novo terrorismo político, alertam todo o povo para a escalada golpista dos que não aceitam a democracia.

O Sr. Presidente:- Fazia o favor de abreviar. Está na hora.

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: É com esperança na intervenção imediata do Sr. Presidente da República, no sentido de reparar as injustiças feitas nos meios de comunicação social e de modo especial no Diário de Notícias e na Emissora Nacional ...

Uma voz: - isso é que era bom ...

O Orador: - ... e no convencimento de que a ordenada suspensão e reestruturação da 5.ª Divisão venha a alterar o desrespeito pelo povo, no que toca a informação, que me levou a ocupar algum do tempo do período de antes da ordem do dia, embora contrariando por certo aqueles que desejavam submissa esta Assembleia e não levam a bem que aqui se traga, o pulsar inquieto de uma nação ciosa de paz e de liberdade.

Tenho dito!

Aplausos.

O Sr. Presidente: - Temos de fazer uma pequena suspensão, que será pouco mais de um minuto, para a modificação da corrente.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Segue-se no uso da palavra o Deputado Costa Andrade.

O Sr. Costa Andrade (PPD): - Em nome do Grupo Parlamentar do PPD, e tendo em conta os últimos acontecimentos da vida política nacional, sentimos ser nosso dever e direito chamar a atenção para o seguinte:

1 - Repudiar veementemente a contradição de todas as forças políticas com assento na Assembleia Constituinte, assento garantido com base no acordo estabelecido com o povo e que, como tal, deve ser lealmente cumprido, forças que aqui tomam lugar, enquanto vão convocando manifestações contra a Assembleia Constituinte, por se dizerem integradas em certas frentes.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Nós, Deputados do PPD, declaramos solenemente, e mais uma vez, que só sairemos daqui por vontade dos mesmos que aqui nos trouxeram e que aqui legitimamente representamos.

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ... e a participação de entidades do MFA, umas e outras suportadas e alimentadas pela totalidade do povo, umas e outras submetidas a uma deontologia de serviço, de todo o país e de todo o povo e de um país. Ao serviço de um pais não macrocefalicamente pensado, de modo a ser consumido por Lisboa, nem de um povo imaginado à luz dos escassos milhares enquadrados por qualquer frente minoritária. Na verdade, que podem significar dezenas ou mesmo centenas de milhares, gritando nas ruas de Lisboa contra a Constituinte, se foi de muitos milhões a manifestação de 25 de Abril de 1975, a avalizá-la e a legitimá-la?

Aplausos

O Sr. Presidente: - Dispomos de doze minutos e vou dar a palavra ao Deputado Eleutério Alves.

O Sr. Eleutério Alves (PPD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Natural e residente no nordeste transmontano, conhecedor do viver e do sentir das gentes que por lá habitam e mandatado por aquele povo para o lugar que aqui ocupo, queria deixar aqui