meu amigo e a quem dedico particular estima, o Dr. Candal -, congressos que trouxeram a Aveiro - berço da liberdade, como assim eu entendo este distrito -, a par da clareza do pensamento nacional, o respeito do mundo tanto pelas estruturas de ciência política que superiormente os definiram, como ainda, e talvez mais, pelo arrojo impoluto e altivo do povo inconformado com a opressão esmagadora do regime que, ilegitimamente, lhe era imposto.
Srs. Deputados: Esta Aveiro que Portugal pode contar, insofismavelmente, sempre na vanguarda da defesa dos princípios democráticos, com um conceito preciso de liberdade alicerçado na luta indomável que as décadas lhe ofereceram, veio para a rua em 25 de Abril de 1974, de cravos vermelhos no peito e lágrimas nos olhos, deixando a sua alegria, reprimida tanto tempo, folgar numa ternura fraterna, estendendo-se desde as courelas lá para as bandas da serra até ao mar das nossas costas.
O programa definido pelas forças armadas decoraram-no com a facilidade que a consciência e o sentimento lhe impunham, pois certo é que esse mesmo programa era todo o seu sentir, o seu querer, o seu destino desejado.
Afirmara-o muitas vezes e não longe ia o dia em que essa afirmação aparecera bem precisa e clara - à frente dos cães, companheiros dos energúmenos agentes da polícia de choque, que, naquela manhã memorável, em plena avenida principal da nossa cidade, arremeteram contra o povo, só porque o povo continuava a teimar, não queria submeter-se nem curvar-se às exigências fascistas.
Mas, Srs. Deputados, nesta hora anárquica de autoridade, o povo de Aveiro substituiu a alegria que o conteve pelo desespero e inquietude.
Nele há uma força viva de repulsa pela traição que lhe foi trazida.
Jamais esquecerá a marginação das promessas que lhe foram feitas, os métodos e processos utilizados por alguns responsáveis políticos e militares, sentindo espezinhada a sua vontade expressamente declarada na acto eleitoral de 25 de Abril deste ano.
Não aceita, como nunca aceitou, que minorias, sejam de partidos políticos ou de forças militares, rasguem o poder democrático do povo português, colorindo ou mascarando as suas imposições, com modelos sofismados de governação que só a eles satisfazem na ânsia louca do poder e do mando.
Não enjeita, Srs. Deputados, a qualificação de «gente do Norte» que lhe vem sendo dada com feição aleivosa pelos pseudo e enigmáticos político-revolucionários! Antes se honra com essa qualificação; mas devolve à fonte produtora, sem o frenesim que ela destila, mas com o desprezo pela ignorância que envolve tais políticos! ... o epíteto contra-revolucionários e fascistas, na convicção firme de que estas classificações cabem de forma perfeita nessas mesmas fontes em propriedade plena e absoluta.
Sr. Presidente e Srs. Deputados: A violência alastra pelo nosso país, cada vez mais forte e decidida, sem rei nem roque, a tolher-lhe o passo.
Nos camp os os trabalhadores já não crêem em melhoria de vida, notando conscientemente estarem a ser manejados por grupos políticos apenas para servirem fins que o povo repudiou e de forma bem eloquente.
Trata-se de um distrito onde a pequena e média empresa agrícolas se estendem, ocupando toda a área cultivável, numa repartição de terras de tal forma esquartejada que pode bem dizer-se que o assalariado agrícola não aparece neste distrito com dimensão assinalável.
Avolumam-se e agravam-se problemas de escoamento e comercialização de produtos, sem que até agora, junto desta gente, mais não tenha aparecido que a palavra demagógica que tudo dá e resolve, no momento oportunista de interesse no poder.
O Sr. Presidente:- Queria avisar o Sr. Deputado que está próximo o seu fim ... que já o excedeu ligeiramente.
desgraça milhares de portugueses que parcelam o somatório deste povo que, fatidicamente, parece estar entregue, na sequência de meio século, à vontade e poder ditatorial de minorias que procuram confundir-nos, já que confundidas elas andam quanto à força e determinação do povo português!
O nosso emigrante furtasse às visitas periódicas que fazia à sua terra, aparecendo ainda, assim o diz, mas