pessoas exprimirem a sua liberdade de pensamento e o seu direito de ensinar.

O meu direito de ensinar e ser ensinado fica notavelmente frustrado se eu não puder congregar-me com outros e, em conjunto, exercê-lo através das formas associativas, que não vejo razão para negar neste domínio, enquanto se prodigalizam para outros domínios.

Pedia ao Sr. Deputado o favor de me recordar da pergunta n.º 2, de que não pude tomar nota.

(O orador não reviu.)

O Sr. Manuel Pires (PS): - A pergunta n.º 2 era: qual é a posição ideológica e política do PPD, que o Sr. Deputado se referiu na sua intervenção.

O Sr. Mário Pinto (PPD): - Peço perdão, mas não ouvi.

O Sr. Manuel Pires (PS): - Qual a posição ideológica e política a que o PPD se referiu na sua intervenção.

Logicamente que esta pergunta estava ligada à primeira, que era a da aceitação ou não de, neste momento, no mundo estarem em confrontação duas ideologias políticas distintas.

O Sr. Mário Pinto (PPD): - Sr. Deputado, não é má vontade minha, francamente, não consegui perceber.

O Sr. Presidente: - Um pedido, desta vez, creio que para esclarecimentos: o Sr. Deputado José Luís Nunes.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - É só uma pergunta, muito serena, ao Sr. Deputado Mota Pinto. Nós sabemos ... Mário Pinto, peço desculpa, mas a confusão não foi desonrosa para nenhum.

São pessoas por quem tenho sempre a máxima consideração.

Eu queria perguntar-lhe o seguinte: disse o Sr. Deputado Mário Pinto, na sua intervenção, que o conceito de escola, ou do fim do ensino privado que aqui se defendia, é um conceito marxista?

O Sr. Mário Pinto (PPD): - Eu apenas critiquei a estatização do ensino privado.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sim, e classificou como marxista.

O Sr. Mário Pinto (PPD): - Não a estatização.

Penso que é a inspiração marxista que leva a esta tese, mas a esse respeito têm a palavra os autores da mesma tese.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Eu desejava perguntar ao Sr. Deputado se, por exemplo, o Dr. Salazar, quando instituiu o ensino universitário, totalmente estatizado, também sofreu alguma inspiração marxista?

O Sr. Presidente: - Não podemos estar a fazer diálogo.

Está perfeitamente assente que não podemos estar a aceitar diálogo.

Manifestações diversas.

O Sr. Manuel Pires (PS): - Eu peço desculpa.

O meu colega diz-me ...

O Sr. Presidente: - Não podemos aceitar diálogo.

Se quiser repetir a pergunta, faça favor, e o Sr. Deputado responderá, se quiser, nos termos em que entender.

O Sr. Manuel Pires (PS): - Sr. Presidente: Eu peço desculpa, mas não houve diálogo.

Simplesmente o nosso colega, o Dr. Mário Pinto, não ouviu a pergunta que eu formulei.

A pergunta era a seguinte: qual é a posição ideológica e política do PPD, que foi mencionada na intervenção do Sr. Deputado.

Aliás, esta pergunta vinha na sequência da primeira pergunta, e era se aceitava ou não que, no momento actual, se confrontam duas ideologias: a liberal e a marxista.

Dado que o Sr. Deputado já respondeu à primeira pergunta, pois com certeza que a resposta que me vai dar vem na consequência, e eu de certa maneira prescindo, mas se ma quiser dar, pode dar.

(O orador não reviu.)

O Sr. Mário Pinto (PPD): - Não, é claro. Acho que tem razão, é evidente.

O Sr. Mário Pinto (PPD): - O Sr. Deputado sabe com certeza que os extremos se tocam.

Gargalhadas. Aplausos.

O Sr. Presidente:- Mais algum pedido de esclarecimento?

Pausa.

Suspenderemos a sessão e voltaremos a reunir pelas 18 e pouco.

Eram 17 horas e 35 minutos.

O Sr. Presidente: - A sessão está reaberta.

Eram 18 horas e 15 minutos.

O Sr. Presidente: - Vamos prosseguir a discussão na generalidade do parecer da 3.ª Comissão.

O orador inscrito em primeiro lugar é o Deputado Martelo de Oliveira.

Tem a palavra.

O Sr. Martelo de Oliveira (PPD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Na sessão de ontem foi dito neste hemiciclo que o PPD não defendia interesses dos trabalhadores e que por isso aqueles trabalhadores que nele militam ainda não estariam suficientemente esclarecidos para fazer a escolha política que melhor sirva os seus interesses. Quem assim falou pensa que os trabalhadores têm de ler todos pela mesma cartilha.