cretizado. Pelo contrário, persistem nas autarquias locais todos os vícios e erros do passado, persistem situações de injustiça, persistem situações confusas, que não ajudam o povo português, o povo dessa grande parcela de Portugal, a identificar-se com a Revolução. Eu posso trazer aqui um pequeno apontamento só, sobre a terra onde nasci.

Guimarães, que é naturalmente uma terra com todo o interesse em participar na Revolução, mas que ainda não conseguiu ver espelhada na sua autoridade administrativa a realidade de uma revolução da qual só ouve falar por palavras mas que ainda não sentiu em factos concretos. Em Guimarães está a acontecer presentemente uma situação que ameaça criar circunstâncias verdadeiramente graves. Uma situação relacionada com a Universidade do Minho, que foi prometida em Guimarães que viesse já este ano lectivo a ficar instalada com meios tecnológicos e línguas vivas. Entretanto, e sem que o povo consiga entender, sem que sobre isso se faça um mínimo esforço de clarificação, sobre se será que Guimarães, não terá, efectivamente, esses serviços da Universidade, que lhe foram prometidos.

A situação é confusa. Ninguém consegue penetrar nas razões que terão motivado mais esta frustração para uma cidade que está farta de situações que, realmente, a têm prejudicado no passado. Ora, só uma administração descentralizada, uma administração que saiba responder aos problemas reais e efectivos da terra e que, para além disso, tenha condições para esclarecer o povo e dizer ao povo por que é que as situações acontecem, poderá evitar que nessa cidade, como em tantas outras, o povo colha, de circunstâncias como esta, razões para não acreditar que a Revolução do 25 de Abril é uma revolução capaz de mexer com as estruturas velhas e caducas do regime deposto. É por isso que temos de lutar para que, a par das soluções mais urgentes que podem efectivamente impulsionar a Revolução Portuguesa para um caminho de verdade, t emos de lutar para que entre essas decisões se inscreva, imediatamente, a de descentralização do Poder; a de dar às autarquias locais um poder que, efectivamente, espelhe perante os cidadãos um conceito novo de sociedade, um conceito revolucionário diferente, um conceito de verdade, porque só com verdade se pode levar o povo a participar na Revolução.

Tenho dito.

Aplausos.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Fernando Pinto tenha a bondade.

O Sr. Fernando Pinto (PPD): - Sr. Presidente: Pedia que me fosse reservado o direito da palavra para a sessão de amanhã.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Nicolau de Freitas tenha a bondade.

Pausa.

Se algum dos Srs. Deputados que se encontram na Sala porventura quiser usar da palavra, pode fazê-lo, porque temos uma certa dificuldade, neste momento, porque há muitos Srs. Deputados que não se encontram presentes.

Se há algum voluntário?

Pausa.

Não há voluntários!

Vamos passar à

Prosseguimento da discussão na especialidade do parecer da 3.ª Comissão.

O Sr. Secretário vai fazer o ponto da circunstância.

O Sr. Secretário (António Arnaut): - Vou ler o artigo 7.º e as propostas apresentadas relativamente ao texto cuja discussão agora se inicia.

(Comissões de trabalhadores)

trabalhadores.

8 - As comissões de trabalhadores têm o direito de participar na elaboração da legislação do trabalho e o de serem ouvidas e dar parecer sobre os planos económico-sociais que contempla o respectivo sector.

9 - As experiências viáveis de autogestão e cooperativismo serão estimuladas e apoiadas pelo Estado.

O Sr. Secretário: - Vou ler agora as propostas apresentadas relativas a este artigo.

Foram lidas. São as seguintes:

Pelo Grupo Parlamentar do PPD propõe-se que ao n.º 1, em vez da expressão:

O processo revolucionário,