Há pouco tive ocasião de pedir à Mesa que recordasse aos Srs. Deputados que, efectivamente, as intervenções de perguntas e respostas devem ser breves.
Ao fazê-lo pretendia-se tão-somente chamar a atenção para o problema e que alguém mais autorizado, ou melhor, quem tem a autoridade para o fazer, efectivamente, o fizesse.
Nessa intervenção ...
O Sr. Presidente:- Foi o que aconteceu...
O Orador: - Como é óbvio, não havia o vislumbre de uma crítica, mas a necessidade de superar um debate que ia alargando e que talvez não caminhasse no melhor sentido.
É esta observação que desejava fazer, Sr. Pesidente, Srs. Deputados, a este hemiciclo, fazendo votos, efectivamente, para que nós consigamos precisar melhor os nossos conceitos, para que consigamos evitar o conceptualismo que tem marcado estes debates.
Lembro as intervenções do meu camarada Kalidás Barreto, um nosso colega que há pouco falou, e que, efectivamente, tiveram um interesse muito grande, que foi trazer a esta Assembleia dados concretos, creio que os únicos que até à data aqui foram trazidos, de como vivem estes problemas os trabalhadores, que, fora deste hemiciclo, são os principais destinatários das nossas opções.
Essa procura de dados concretos deve inspirar, e inspirará, os debates daqui para diante.
É esse, pelo menos, o voto que eu faço.
(O orador não reviu e fez a sua intervenção na tribuna.)
Aplausos.
O Sr. Presidente: - Ora, a discussão continua. Ainda temos muitos oradores inscritos.
O Sr. Deputado Alfredo de Sousa.
Pausa.
Quer pedir explicações o Sr. Deputado Barbosa de Melo.
Às vezes, há umas tentativas, como quem não quer a coisa, a ver se avançamos ..., mas,- em geral, os Srs. Deputados não deixam.
O Sr. Barbosa de Melo (PPD): - Eu queria fazer um pedido de esclarecimento ao Sr. Deputado José Luís Nunes, que ouvi com muito agrado.
Realmente, o chamar as pessoas ao realismo é também uma função de todos nós. Simplesmente, pelos exemplos que deu, pelas bancadas para onde olhou, eu queria perguntar ao Sr. Deputado José Luís Nunes se entende que quem põe aqui questões fora do mundo em que estamos, que é o português, que é o nosso Portugal, se são só os Deputados do Partido Popular Democrático e se foram só os Deputados indicados que referiram as experiências concretas, neste hemiciclo, hoje.
(O orador não reviu.)
O Sr. José Luís Nunes (PS): - Depois de muitas vezes termos ouvido certas críticas às intenções em relação às palavras, houve, com muito gosto, uma crítica de intenção aos olhares.
Ora, eu gosto de falar da tribuna, porque tem uma vantagem. Permite-me olhar para todos nós e para toda a gente.
Depois, se quiserem, quando se sabe encaminhar as críticas e as pessoas se dirigem aos Srs. Deputados, a primeira pessoa que é criticada, tenho tido sempre o cuidado de o sublinhar, é o Deputado que faz a crítica.
Portanto, quando faço estas reflexões, começo por mim.
Quanto àquelas pessoas que, na tão sabida frase, «enfiam ou não enfiam a carapuça», quem estiver isento de culpas que atire a primeira pedra numa situação em que certamente o Sr. Deputado Barbosa de Melo não deixará de apreciar.
(O orador não reviu.)
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Furtado Fernandes.
(O orador não reviu.)
O Sr. José Luís Nunes (PS): - Eu vou responder a essa pergunta fazendo primeiro algumas reflexões.
É que um dos graves defeitos do diálogo, em toda a parte, é pensar que a outra parte não ouviu ou não teve em consideração. Evidentemente que eu tive em consideração tudo aquilo que aqui foi dito e até tudo aquilo, sobretudo, que aqui não foi dito, que me pareceu ser o mais importante. Simplesmente, nós assim não fomos capazes de distinguir aqui, concretamente, empresas privadas, empresas nacionalizadas e serviços públicos. E esse problema ou essa questão estiveram constantemente presentes neste debate. É evidente que uma empresa nacionalizada, nesta fase de transição, é uma empresa ou tem uma natureza. intermédia entre o serviço público e uma empresa privada, nomeadamente no que se refere a uma série de um sem-número de pormenores que não vale a pena estar aqui