policial - então sem fundamento democrático e quantas vezes fora dos limites da lei e até da justiça natural - ...

Uma voz: - Quantas vezes?

O Orador: - ... não pode nem deve continuar a funcionar como complexo para os chefes de hoje, quase todos ainda psicologicamente inibidos de exercer, nas formas adequadas, a autoridade que democraticamente possuem.

O Sr. Presidente: - É para avisar o orador de que está no limite do seu tempo.

ficílima que recai sobre os seus ombros.

Mas o CDS pensa, com mágoa, que este Governo - não apenas pela incoerência da sua composição, mas também, e sobretudo, pela falta de condições em que tem de governar - só dificilmente conseguirá alcançar os objectivos para que se constituiu.

Em conclusão: o CDS, como partido nacional e patriótico, não pode deixar de desejar ao VI Governo Provisório os maiores êxitos. Mas, como partido atento e consciente, adverte-o, e ao MFA, de que só terá viabilidade se conseguir resolver, no sentido em que agora começou a actuar, a crise de autoridade.

Pois é bem certo que de nada vale ter Governo num país, ou num momento, em que verdadeiramente não há Estado.

Tenho dito.

O orador fez a sua intervenção na tribuna.

Aplausos.

O Sr. Presidente: - Segue-se o Sr. Deputado José Luís Nunes.

Burburinho.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, atravessa o País erma crise nacional da maior gravidade.

São características dessa crise, em primeiro lugar e acima de tudo, por tautológico que pareça, a sua gravidade e a sua acuidade. Efectivamente, estamos no momento em que tudo pode acontecer e estamos no momento em que o País pode caminhar em frente, mas estamos no momento também em que n País pode, efectivamente, caminhar para a sua desintegração e para a sua degenerescência. Nós sabemos que em Portugal existem todos os sinais e todas as características para se criar uma comunidade nacional durável e estável que permita, efectivamente, a continuação e o desenvolvimento, dentro do quadro nacional, dos interesses mais sentidos do povo português. O nosso contributo para a criação dessa comunidade estável foi propor ao País um programa de salvação nacional que tem como fim a atingir a instauração do regime socialista em liberdade e que é, de certa maneira, o cerne e o ponto máximo do programa do actual Governo Provisório. A ausência de um programa político coerente que permitisse uma transição ou, melhor dizendo, o desenrolar de uma fase de transição da ditadura fascista para o Estado Democrático e Socialista, a instauração, em muitos momentos, da desordem e da indisciplina ou, melhor dizendo, da arrogância da desordem e da indisciplina, a instauração do princípio do domínio do povo real por um povo ideal que ninguém sabe muito bem o que é e, sobretudo, a desorganização e a desordem que hoje se vivem e que impõem a cada português o dever de perguntar onde acaba a irresponsabilidade política e onde começa a manipulação e a provocação ao serviço de interesses incompatíveis.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- Mas não é só isto! A desorganização social atinge também o plano do crime organizado.

E, se efectivamente nós reconhecemos e desejamos e aceitamos a necessidade de coibir, a necessidade de erradicar para sempre da terra portuguesa os abusos, as prepotências e as violências do regime fascista, também não deixamos de sublinhar que a desordem institucionalizada será certamente a nova fonte que permitirá que as forças da reacção possam vitoriosamente impor a Portugal um regime de abusos, de prepotências e de violências.

Vozes:- Muito bem!

O Orador: - E é por isso que dizemos que os grupos minoritários provocadores que tentam lançar o País na desordem e na violência fazem objectivamente o jogo da reacção.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- Os últimos acontecimentos políticos que se verificaram em Portugal foram sumamente graves e sumamente chocantes.

E parece necessário dizer que esses acontecimentos políticos fazem parte ou são elementos de um plano concertado de ataques ao VI Governo Provisório.

Uma voz: - Muito bem!

O Orador: - Em primeiro lugar, importa sublinhar o incêndio e a pilhagem da Embaixada de Espanha e dos Consulados de Espanha em Lisboa e no Porto.

Todos nós sabemos e dizemos que a execução dos patriotas espanhóis da ETA e da Frente Revolucio-