rar-se admissível ser discutida neste hemiciclo. Julgando isso, aceitou a concessão da palavra por V. Ex.ª ao Sr. Deputado, ao líder em exercício do Partida Socialista.
Não adivinhava de forma nenhuma o teor, nem é razoavelmente esperável que alguém adivinhasse o teor alarmista por parte do Sr. José Luís Nunes, relativamente à sua intervenção.
lamentável ...
Burburinho.
O Sr. José Luís Nunes (PS): - Por parte do meu Partido.
O Orador: - Um momento, Sr. Deputado, se me dá licença.
É lamentável, e parece-me que é quebrar o jogo mínimo daquelas regras que devem presidir ao funcionamento desta Assembleia. É lamentável que se imponha, unilateralmente, matéria a este Plenário sem conhecimento dos outros Deputados que não sejam do Partido Socialista, de cujo Secretariado foi lido um comunicado.
O MDP/CDE protesta veementemente contra este atropelo às regras mínimas de convivência dentro desta Assembleia.
Passando deste plano, que é um plano meramente burocrático ou processual do funcionamento desta Assembleia Constituinte, o MDP/CDE lamenta, preocupado, tal como disse o Sr. Deputado José Luís Nunes, no avanço da Revolução, inquieto, e profundamente inquieto, relativamente ao aspecto dos golpes que assaltam e procuram arrastar para a contra-revolução, profundamente preocupado relativamente ao avanço e ao descaramento que vão assumindo formas contra-revolucionárias neste pais, preocupado desta forma, o MDP entende que o Sr. Deputado José Luís Nunes e o Partido Socialista prestaram, acabaram de prestar, e com uma responsabilidade grave, um mau serviço à Revolução e objectivamente serraram a contra-revolução.
Aplausos.
Manifestações.
Sr. Presidente ...
Uma voz: - Fascista!
Outra voz: - Fascista é a tua mãe.
Manifestações.
O Sr. Precedente: - Peço o favor de deixarem continuar o orador. Está no uso da palavra, no seu pleno direito.
Diversas manifestações.
Uma voz:- Ele é que é «facho».
Outra voz: - Fascista, pá, és tu!
O Sr. Presidente: - Peço o favor de deixarem continuar o orador que está no uso da palavra, e de seu direito.
O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A história repete-se e é sempre assim.
Uma voz: - É verdade!
O Orador: - É a imputação às forças de esquerda, é a invocação de que as revoluções e os processos progressivos estão em perigo. É a invocação da ordem, da disciplina, da autoridade, reiteradamente, e até repetidamente, através da história, invocadas para justificar determinadas atitudes e caminhos a percorrer.
É isto que inquieta ...
Manifestações diversas.
É isto que inquieta o MDP dando este sentido à intervenção do Sr. Deputado José Luís Nunes, e parece-me que, razoavelmente, não pode ser-lhe conferido outro sentido o MDP/CDE entende e, por isso, repete que o Partido Socialista acabou de prestar um mau serviço à Revolução.
Vozes: - Não apoiado!
Manifestações diversas.
Aplausos.
Uma voz: - Cala a boca, pá!
O Orador: - Aliás, nem sequer se apela para esta Assembleia, noutro procedimento que esta Assembleia devesse adoptar, se pudesse legalmente adoptar face a uma situação hipotética desenhada pelo Sr. José Luís Nunes.
O Sr. Deputado José Luís Nunes apenas se louvou, e parece que não teria outros elementos para se louvar, no comunicado do secretariado do seu partido, que sem legitimidade e unilateralmente, repito, leu aqui. Comunicado esse que apenas aventa 'a hipótese e apenas transmite um boato a esta Constituinte de possíveis ataques a determinados órgãos oficiais deste país. É lamentável também por este aspecto.
O MDP/CDE protesta veementemente contra esta situação e opor-se-á terminantemente à repetição de factos manifestamente contra-revolucionários e alarmistas, como foi dado exemplo através da declaração do Sr. Deputado José Luís Nunes.
(O orador não reviu.)
Vozes: - Não apoiado!
Aplausos.
Manifestações.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Álvaro Monteiro pediu a palavra. Faça favor.
O Sr. Álvaro Monteiro (MDP/CDE): - Sr. Presidente, Srs. Deputados ...
Agitação na Assembleia.
O Sr. Presidente: - Peço para não interromperem.
O Orador: - Sobre o inqualificável abuso desta Assembleia para outros fins que não sejam os dela própria já falou o meu camarada Luís Catarino. Eu