O Orador: - Há médicos que para fazerem uma operação levam o que o trabalhador ganha durante um ano.
Uma voz: - Muito bem!
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Alguns dos ladrões estão a dizer que é muito bem! (Risos.) Na mira do lucro, grande número de médicos fica nas cidades e monta consultórios.
Uma voz: - Muito bem!
O Orador: - Nos campos não há médicos. A única forma de combater esta situação é combater a medicina privada. Não há serviço nacional de saúde que possa ter sucesso enquanto a medicina for predominantemente de tipo privado.
Algumas medidas para combater a medicina privada são:
1 - Acabar com os vários empregos que um mesmo médico tem. Para isso é necessário que se estabeleça um horário médico nacional, que não poderá ser compatível com o exercício da medicina privada.
Vozes: - Muito bem!
O Orador:
2 - Nacionalização das casas de saúde e estabelecimentos termais particulares e integração dos mesmos na rede hospitalar e assistencial oficial.
Vozes: - Muito bem!
O Orador:
3 - Integração no serviço nacional de saúde dos consultórios e laboratórios particulares de análises clínicas, electrocardiogramas, electroencefalogramas (risos), radiologia, medicina física e de reabilitação, próteses, etc., de modo a fazer cessar toda a prática de exploração capitalista de tais serviços de assistência.
Aplausos.
Vozes: - Muito bem!
O Sr. Presidente: - Se ninguém mais pede a palavra, vai proceder-se...
Tem a palavra o Sr. Deputado Vital Moreira.
O Sr. Vital Moreira (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O fim da medicina privada mercanlizada tem de ser um dos objectivos na construção do
Nesse sentido, nós aprovamos a proposta de aditamento do Deputado da UDP, embora seja a sua formulação um tanto, digamos, pouco precisa.
(O orador não reviu.)
Uma voz: - Muito bem!
O Sr. Presidente: - Vai-se proceder à votação.
Submetida à votação a proposta, foi rejeitada, com 21 votos a favor e 71 abstenções.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Sousa Pereira.
O Sr. Sousa Pereira (MDP/CDE): - O MDP votou a favor da proposta do Deputado da UDP porque concorda com ela na sua essência.
Na verdade, estávamos convencidos, que após os efusivos aplausos desta Assembleia a proposta merecesse aprovação unânime da mesma.
Tal não aconteceu.
Provavelmente, o cinismo da burguesia ...
(O orador não reviu.)
Aplausos.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Nunes.
O Sr. José Luís Nunes (PS): - Votámos contra esta proposta porque é demagógica e não formulada e já se encontra devidamente prescrita em proposta séria e bem formulada, que nós fizemos para a alínea e) do n.º 4 do artigo 16.º
(O orador não reviu.)
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Mário Pinto.
O Sr. Mário Pinto (PPD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A nossa abstenção significa que não nos opomos de modo nenhum ao sentido da socialização que neste domínio se torna imprescindível imprimir, mas não nos opomos a esse sentido, mas consideramos que isso resultará de outras disposições constantes deste artigo; consequentemente, nessa medida, não aprovamos esta formulação. Iremos apoiar, no sentido que consideramos correcto da socialização neste domínio, as propostas subsequentes, pendentes na Mesa. É óbvio que esta nossa posição não decorre da nossa qualificação individual ou colectiva, de burgueses ou proletários, como também não aceitamos, obviamente, a declaração do Sr. Sousa Pereira como sendo a de um proletário, que o não é.
(O orador não reviu.)
Voes: - Muito bem!
Burburinho.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Casimiro Cobra.
O Sr. Casimiro Cobra (PPD): - Era só para dizer, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que, em relação à declaração de voto do Sr. Deputado Sousa Pereira, eu