mente severas, mas para casos como aqueles que eu acabo de referir as penas não só têm de ser severas como devem ser ainda aplicadas sem qualquer espécie de condescendência.

(O orador não reviu.)

Aplausos.

O Sr. Presidente: - Continua o debate.

Para uma segunda intervenção tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Roseta. É para pedido de esclarecimento?

A Sr.ª Maria Helena Roseta (PPD): - É para fazer dois pedidos de esclarecimento ao Sr. Deputado que acabou de falar.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade.

A Sr.ª Maria Helena Roseta (PPD): - O primeiro pedido de esclarecimento que eu queria fazer era perguntar ao Sr. Deputado onde é que eu defendi a iniciativa privada capitalista.

O segundo é para perguntar se o PS não defende também a necessidade da intervenção da população em todas as tarefas de promoção da qualidade de vida do povo português.

O Sr. Presidente: - Responderá o Sr. Deputado, como é o seu direito.

O Sr. Mota Prego (PS): - Quanto à primeira pergunta, respondo que não disse que a Sr.ª Deputada tenha dito isso, mas disse, sim, que não via bem a compatibilidade entre aquilo que disse e a defesa da iniciativa privada que o seu partido defende, que, no meu entender, não é outra senão a iniciativa privada capitalista. Quanto ao segundo aspecto, eu não me referi, nem o comentei relativamente à Sr.ª Deputada.

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - Continua o debate.

Tem a palavra o Sr. Deputado Alfredo de Sousa.

O Sr. Alfredo de Sousa (PPD): - Gostaria de perguntar ao Sr. Deputado se o Partido Socialista, dentro do enquadramento de um caminho desta sociedade para uma sociedade socialista, ataca e repudia a iniciativa privada 'completamente?

O Sr. Presidente: - Responderá o Sr. Deputado, como é seu direito.

O Sr. Mota Prego (PS): - Sr. Deputado, faz favor de desculpar, mas eu, de momento, fui interrompido pelo meu camarada do lado e não me apercebi de que estava a fazer-me uma pergunta. Agradecia que a repetisse.

O Sr. Alfredo de Sousa (PPD): - Com muito gosto.

Queria perguntar ao Sr. Deputado se nesta fase de transição em que nos encontramos o Partido Socialista rejeita toda e qualquer iniciativa privada?

(O orador não reviu.)

Uma voz: - Pensa muito mal!

O Orador: - ... coisa que rejeito in liminen.

Uma voz: - Pensa muito mal!

O Sr. Presidente: - Para pedido de esclarecimento pediu ...

O Sr. Alfredo de Sousa (PPD): - Queria pedir esclarecimento, mas prescindo, pois isto transformar-se-ia em diálogo. Mas não me sinto satisfeito, nem de longe, nem de perto!

O Sr. Presidente: - Esclarecimentos, esclarecimentos, é uma coisa em que também não vou!

Vamos portanto ao Sr. Deputado Amândio de Azevedo, que, suponho eu, pediu a palavra para esclarecimentos.

O Sr. Amândio de Azevedo (PPD): - Queria pedir ao Sr. Deputado para me dizer se atentou bem nas posições do Partido Popular Democrático, porque não é exacto que a nossa defesa da iniciativa privada seja, apenas, uma defesa da iniciativa privada capitalista. É muito mais ampla que a iniciativa dos homens, pode projectar-se e ter o maior interesse e a maior importância na projecção do socialismo.

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - Responderá o Sr. Deputado, se assim o entender.

O Sr. Mota Prego (PS): - Não me queria envolver no debate com o Sr. Deputado do PPD, porque isso levar-nos-ia muito longe. Temos concepções perfeitamente distintas e opostas relativamente à sociedade que desejamos. E, para não atrasar os trabalhos, terei muito gosto em, se o Sr. Deputado quiser, se qualquer dos Srs. Deputados o entender, depois, no intervalo, ou após esta sessão, conversar a este respeito, porque aqui não me parece que seja local exacto para entrarmos num debate dessa ordem.

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Coelho dos Santos, tenha a bondade.

O Sr. Coelho dos Santos (PPD): - Não estou esclarecido e, portanto, tenho o direito também de fazer uma pergunta ao Deputado Mota Prego.