de uma portaria com a qual os nossos correspondentes não concordam, afirmando que as injustiças de que foram vítimas se devem aos antigos Secretários de Estado do Trabalho e director-geral da Contratação Colectiva e pedem as devidas providências, repudiando totalmente a referida portaria. Enviam-nos também o texto de um projecto que gostariam fosse aprovado.

A Sociedade de Construções Civis Santos Garcia, L.da, que já há dias nos escreveu expondo os seus problemas decorrentes da ocupação de casas e do pagamento de rendas, escreve-nos novamente, dizendo que, por lapso, na carta que anteriormente nos endereçara referiu que as rendas cobradas não são de 50 ºb, mas sim 20 %, do ordenado dos inquilinos, o que, no seu entender, constitui um grave prejuízo para esta empresa.

Nada mais.

O Sr. Presidente: - Vamos proceder à leitura de dois requerimentos que entraram na Mesa.

O Sr. Secretário (Alfredo de Carvalho): - Requerimento da UDP:

Requerimento

de explicar o empréstimo de 200 000 contos à ITT, enquanto esta investia em Espanha cerca de dois milhões de contos, ao mesmo tempo que se esqueceu de explicar porque é que o vinho é vendido à Rússia imperialista a um preço tão baixo e ainda por cima com o transporte por conta de Portugal;

7 - Considerando que o Sr. Almirante Pinheiro de Azevedo condenou as ocupações de casas vazias, que os donos não querem alugar, o que só em Lisboa significa condenar pelo menos 80 000 pessoas em cerca de 15 000 casas ocupadas;

8 - Considerando que o Sr. Almirante, depois de várias vezes falar da necessidade da ordem e disciplina, não informou quais as medidas que o VI Governo irá tomar contra o ELP e o MDLP.

A UDP requer que o Governo informe: Quais os preços que vão aumentar, e quais as tarifas que vão aumentar, depois de há bem pouco tempo o povo ter demonstrado o seu repúdio pelo aumento das tarifas de comboio impostas pelo Governo Provisório do General Vasco Gonçalves;

2) O que é que o Governo pensa fazer às grandes fortunas dos monopolistas e latifundiários que se encontram depositadas nos bancos;

3) Quais as medidas que o Governo vai tomar em relação às chorudas reformas dos reaccionários saneados;

4) Porque é que os sucessivos seis governos provisórios dizem que os culpados da crise são os trabalhadores e apontam como solução o povo apertar o cinto, mas dos ricos e das suas fortunas não se fala.

O Sr. Secretário: - Outro requerimento da UDP.

Requerimento Quais as cooperativas agrícolas já constituídas e qual o auxílio económico prestado pelos vários governos provisórios a cada uma delas;

2) Qual o critério de atribuição dos respectivos créditos;

3) Quais as condições desse crédito.

O Sr. Presidente: - Estes requerimentos serão enviados, como habitualmente, ao Sr. Primeiro-Ministro.

Uma voz: - Como habitualmente?

O Sr. Presidente: - Como habitualmente, até há pouco. Neste caso, parece que um deles, pelo menos, será destinado ao Ministro da Agricultura.