conheçam casos de que possuam provas mo comuniquem para, em devido tempo, entregar ao Governo um relatório sobre o assunto. Em relação ao vinho fino do Douro, vulgo "vinho do Porto", são seus exploradores directos todos aqueles que contribuíram ou contribuem para a degradação da sua qualidade, quer introduzindo-lhe álcool sintético, quer levando uvas para o Douro de fora da região. São-no ainda todos aqueles que, ao fazerem as tabelas de comercialização dos vinhos, não têm em conta o seu custo de produção, a produtividade, o ainda a sua tipificação. Coniventes destas situações são todos aqueles que, em posição de poderem erguer a sua voz em defesa dos lavradores, o não têm feito e, quando o fazem, é de maneira tão ténue que quase se não dá conta. Estão neste caso as sucessivas direcções e comissões administrativas da Casa do Douro, Instituto do Vinho do Porto e Junta Nacional do Vinho.

Indirectamente, o próprio Estado, através dos seus Governos, tem sido um explorado o, como todo o Norte, caracteriza-se pela existência de áreas diminutas e pulverizadas que dificultam a sua mecanização, com todas as consequências que tal acarreta ao tornar os custos de produção mais elevados.

Não se faz também um esforço para aproveitar devidamente toda a área da região nove décimos estão subaproveitados - e o seu aproveitamento com outras culturas seria a melhor maneira de eliminar um dos seus grandes problemas o da monocultura.

4-Falta de apoios técnico à produção. A maior parte dos trabalhos, desde a enxertia ao tratamento do vinho, ainda se fazem pelos processos mais tradicionais e rudimentares que se foram transmitindo de geração em geração. Hoje como ontem quando se devia pensar já no amanhã.

Esta foi a análise muito sumária dos principais problemas e não queria terminar sem daqui fazer um apelo ao Governo - a este VI Governo Provisório -, em quem todo o Douro confia, se debruce sobre estes problemas. Nós, Durienses, sabemos que não são fáceis de resolver; contudo, algumas medidas se podem tomar desde já:

o Douro o direito e a capacidade de poder exportar directamente.

Instalar na Região um complexo industrial para aproveitamento dos subprodutos derivados do vinho.

Criação, na Casa do Douro, de um gabinete de econometria.

3 - Reestruturação a nível da propriedade.

Criação de uma estação agrária regional, ampliação e reorganização da Estação Vitivinícola já existente, que trataria do reordenamento regional, da experimentação, da educação permanente da população agrícola activa, o a instalação necessária de, laboratórios para análise dos solos e foliar.

4 - Apoio técnico à produção. Transferência para a Régua do Instituto do Vinho do Porto (naquela cidade ficaria apenas uma delegação), transformando-o em Instituto dos Vinhos da Região do Douro.

Criação de um instituto de enologia para a formação de pessoal especializado, desde os adegueiros aos engenheiros enólogos.

Reactualização do cadastro.

Finalmente, reconhecer à Região do Douro, a exemplo do que se pensa fazer para o Algarve, a sua individualidade própria, criando uma junta regional, à