pessoas que vitoriaram o almirante Pinheiro de Azevedo, o almirante sem medo. Foram, sim, mais de 200 a 300 mil pessoas e isto porque era incontável o número de pessoas que estavam ali congregadas para o vitoriar, e em, na verdade, a congregação de todo um povo em homenagem a esse Primeiro-Ministro, porque era em homenagem ao VI Governo Provisório. Foi, acreditai, um espectáculo como eu vos disse - deslumbrante!

Na véspera, umas escassas 200 ou 300 pessoas movimentadas pela FUR tinham comparecido a fazer uma manifestação. Pois no dia seguinte, em resposta a duas ou três centenas de pessoas, apareceram 200 ou 300 mil pessoas a vitoriar o VI Governo. E o meu partido lamenta, daqui, deste lugar, lamenta e sente que não estivesse presente o Partido Comunista Português, partido que está congregado no apoio ao Governo, que está no seio do próprio Governo, pelo que nós julgamos que era sua obrigação estar connosco a vitoriar o VI Governo Provisório.

Aplausos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas foi, podeis ter a certeza, repito, podeis ter a certeza.

O Sr. Herculano de Carvalho (PCP): - Estava lá o PPD!...

Burburinho.

O Sr. Presidente: - Façam favor de não interromper.

Burburinho.

O Orador. - Eu tenho a felicidade de ouvir mal, e, portanto, não sei o que para aí disseram.

Se calhar ainda bem que não ouvi!

Gostaria de ouvir para dar a devida réplica.

Aplausos.

Era preciso, na verdade, ter assistido, e foi pena, foi muita pena que, por exemplo, o Sr. Deputado Américo Duarte não estivesse nas instalações, suas, ou do Grito do Povo, na Avenida dos Aliados para ver aquela massa enorme, entusiástica, a gritar, a vitoriar Pinheiro de Azevedo, a vitoriar o almirante sem medo, a prestar a sua homenagem ao VI Governo.

Em, além do mais, de uma receptividade espantosa, de um entusiasmo vibrante toda aquela gente, todos aqueles muitos milhares de pessoas. E era também a confiança, a fé nos destinos da democracia e nos destinos do socialismo.

Vozes - Muito bem!

O Orador: - E era, porque Pinheiro de Azevedo, do alto da varanda da Câmara Municipal assim exactamente ele o proclamou. Foi a sua fé, a sua confiança, a sua certeza no caminho para a democracia, no caminho para o socialismo, que mais galvanizou o povo que o aplaudiu incessantemente.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: Sr. Presidente, Srs. Deputados; o Regimento impõe limites, e eu tenho disciplinado como sou, nas minhas bancadas e aqui que obedecer a V. Ex.ª Eu vou, portanto terminar.

Muito ficou para dizer-vos. E ficou para dizer-vos porque era uma lição a dar ao povo, descrever-vos aquela caminhada de Pinheiro de Azevedo do Aeroporto de Pedras Rubras para a cidade, para a Câmara do Porto. Assistir ao desfile perante milhares de automóveis o pessoas, todas vitoriando, todas unidas no mesmo pensamento, de que era preciso dar força, dar prestígio, dar autoridade a Pinheiro de Azevedo e ao VI Governo Provisório.

Aplausos.

Vozes: - Muito bem!

Tenho ainda, e termino como comecei, diante de mim o espectáculo, maravilhoso, o último a que ou terei assistido possivelmente, o último em grandiosidade a que eu assisti com certeza, aquele espectáculo de homenagem ao VI Governo Provisório. Mas, também, tenho nos meus ouvidos as últimas palavras de Pinheiro de Azevedo, que foram palavras de incitamento, à disciplina, incitamento à confiança, de incitamento ao trabalho e, é isso na verdade que constitui um verdadeiro programa, e é este programa que nós não podemos deixar de aplaudir. E, por fim, foi Pinheiro de Azevedo que, ao terminar o seu discurso, deu um viva vibrante, entusiástico, apaixonado, do fundo da sua alma de lutador, um viva a Portugal, e foi ele quem primeiro iniciou as estrofes, que nós, no final, todos cantámos do Hino Nacional. Por isso, Pinheiro de Azevedo, obrigado em nome da cidade do Porto, de que fui eleito Deputado. Pinheiro de Azevedo: Obrigado.

(O orador não reviu e fez a sua intervenção na tribuna)

Aplausos vibrantes de pé.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Vamos entrar no período da

Começando por dar a palavra ao relator da Comissão de Verificação de Poderes, a propósito de casos de substituição de Deputados.

Faz favor, Sr. Deputado Carlos Candal.