quências da passagem da borracha apagadora que, mais suavemente, mas que, os mesmos efeitos para o caso em questão, fizera desaparecer para sempre a maioria dos nossos antepassados e transpusesse para a história de outros povos aqueles portugueses que, heroicamente, pela Humanidade trabalharam.

E, Sr.ª Deputada, estou bem certo de que, em busca de novos rumos, não necessito afastar ocas teias de aranha» que ainda velam as mentes daqueles que continuam presos aos métodos tradicionais, como ontem disse exactamente, porque costumo andar com o «sótão» limpo ...

Mas, sem qualquer dúvida, prefiro os meus métodos tradicionais, mesmo sem dispêndio de divisas, a métodos que já vão sendo habituais em casos como o nosso . . .

E julgo que a democratização do ensino não deve afastar uns para engrandecer outros, não deve ser a liquidação dos heróis misturada à dos cobardes, a dos fiéis à dos traidores. Se assim fosse, então seria, noutro campo, aquilo que temos visto nesta que verdadeiras cascas de noz, se aventuraram apor mares nunca dantes navegados», será uma ofensa para eles todos ou pior será nem reconhecer comandantes nem marinheiros?

Será que citar, por exemplo, o infante D. Henrique, não será menor ofensa que esquecê-lo e falar num qualquer homem que haja feito qualquer trabalho de rotina?

Será que é melhor mostrar, em história de Portugal, como exemplo a seguir o trabalho da sementeira do grão ou o esforço, a coragem de partir para terras desconhecidas, por «mares nunca dantes navegados», fazendo justiça a todas e citando os mais valorosos?

Serão «sem nome» os homens corajosos que partiram para dar ao Mundo novos mundos, que semearam as searas para lhes dar o pão, que pescaram para lhes dar o peixe, que construíram barcos para lhes dar transporte?

Que comparemos o esforço, é uma crise, sem liquidarmos os mais corajosos e os mais competentes, é continuar a insistir no erro!

Confundir os grandes comandantes de outrora com fenómenos de endeusamento e querer destruir as virtudes de ontem, substituindo-as pelos vícios de hoje!

Dizer que eles tinham defeitos e fraquezas como qualquer homem, é elogiá-los! Todo o homem normal tem defeitos, que lhe são inerentes, e as fraquezas que, gelo menos, todos sentem quando se mostram frente a uma mulher!

É assim que os defeitos se transformaram em virtudes e os condicionalismos de qualquer época dão origem a homens prenhes a qualidade! Esquecer os inúteis, os fracos, os anónimos, os cabouqueiros? Não!

Mas a história, seja qual for o país, não se faz só de anónimos. Seria uma anónima a história! Não se faz de inúteis! Será uma história inútil! Seria uma história sem história! Ser útil à comunidade não é destacar-se na história! É ser útil à comunidade e nada mais!

Observar a acção desenvolvida pelos homens das obras transformadas do meio, por exemplo, uma casa, uma barragem, um túnel, etc. Não é para mim fazer história analisar os efeitos dessas obras na vida colectiva, observar que a vida da localidade no presente . ..

O Sr. Manuel da Costa (PPD):- Tudo isto cheira a reacção...

Vozes de protesto.

O Orador: - Ora bem! Quando quiserem falar, falam depois de mim ou eu calo-me. Ah! bem ...

O Sr. Presidente:- Tem razão, Sr. Deputado, efectivamente peço a atenção da Assembleia.

O Orador: - É porque eu não estou para aturar a ceder a minha posição, não é verdade! Mas fala um de cada vez, não é!

Aliás, é como costumo fazer, porque respeito os outros.

Analisar os efeitos dessas obras . . .

E, aliás, tenho ouvido muita coisa com a qual discordo. Não é?!

Analisar os efeitos dessas obras na vida colectiva, observar que a vida da localidade no presente é uma consequência da passado, pesquisando a origem da localidade, identificando os principais vestígios do passado, procurando informações sobre as actividades e cultura caídas em desuso, pode ser de muito interesse para tudo, mas é muito pouco como história de Portugal. Até podia ser alguma coisa mais certa se houvesse uma educação pré-escolar capaz, o que ainda não existe!

E trabalhar com base na inexistência de alguma coisa ou baseada no nada é, pelo menos, nada fazer pela juventude, ávida de saber porque somos, quem somos e o que fomos, o que fomos e o que poderemos ser!

Será bem endeusar os soldados e os marinheiros sem galões e esquecer os oficiais que os comandaram?