directamente. As pessoas querem ser esclarecidas sobre o assunto; eu, pessoalmente, tenciono esclarecer as pessoas sobre o assunto.

Burburinho.

Há um tribunal que condena os trabalhadores a entregar a empresa. Eu pergunto: o que é que tem a ver um tribunal que condena os trabalhadores a entregar a empresa com o que estamos a discutir? Não tem literalmente nada a ver.

Agitação na Sala.

Se por acaso aqui, assim, se puser que são apreendidas as empresas que forem utilizadas na prática desses crimes, suponhamos que ficava a redacção proposta pelo PCP, admitamos isso, por hipótese: o tribunal podia continuar na mesma a condenar os trabalhadores a entregar a empresa, porque os trabalhadores, primeiro, não são o tribunal, portanto, não vão decretar que a empresa cometeu um crime contra a economia nacional, isto é decretado pelos tribunais. Em segundo lugar, porque essas empresas que foram ocupadas, muitas vezes não o foram pela prática de crimes, foram ocupadas com razões mais fundas, foram ocupadas porque estavam em situação deficitária, porque estavam em má gestão, porque foram abandonadas. Eu recuso-me a pensar que o Sr. Deputado Avelino Gonçalves tenha a concepção reaccionária de que os trabalhadores só podem ocupar empresas quando os patrões tiverem cometido os crimes. Não! Podem ocupar empresas em muitas outras circunstâncias.

Vozes: - Muito bem!

Burburinho.

O Orador: - Esse tipo de empresas são as chamadas empresas de propriedade social.

Burburinho.

Portanto, nada impede que os trabalhadores continuem a ocupar essas empresas. Mas se alguma coisa impede, não é este artigo, que nada tem rigorosamente a ver com o assunto!

Burburinho.

para falar, ou se alguém estiver inscrito para falar, em qualquer das hipóteses, nós fizéssemos agora um intervalo para podermos seguir em frente, depois.

Burburinho.

O Sr. Presidente: - Está inscrito, para falar, o Sr. Deputado Costa Andrade.

O Sr. Coelho dos Santos (PPD): - É só para um requerimento, Sr. Presidente.

«Requeiro, verificados que sejam os requisitos regimentais, que se ponha termo ao debate e se passe à votação.»

O Sr. Presidente: - Temos inscrito, para falar, o Deputado Costa Andrade.

Deseja usar da palavra?

O Sr. Costa Andrade (PPD): - Sr. Presidente: Eu prescindo, para abreviar os trabalhos.

Aplausos.

O Sr. Presidente: - Creio que os requisitos estão realmente preenchidos,

Pausa

Não estão?

Não usaram da palavra Deputados do MDP/CDE e do CDS sobre este ponto.

O Sr. Luís Catarino (MDP/CDE): - Nós prescindimos do direito de usar da palavra.

Aplausos.

O Sr. Presidente: - Muito obrigado.

O Grupo Parlamentar do CDS também prescindiu . . .

O requerimento está posto à votação.

Submetido à votação, foi aprovado com 25 votos contra.

O Sr. Presidente: - Deseja usar da palavra Sr. Deputado Luís Catarino?

O Sr. Luís Catarino (MDP/CDE): - Simplesmente para declarar que a nossa votação se filia em razões já repetidamente adiantadas neste hemiciclo.

O Sr. Presidente: - Vamos pôr à votação, portanto, a proposta que foi apresentada de aditamento.

Submetida à votação, foi rejeitada, tendo obtido 25 votos a favor (do PCP e MDP/CDE), verificando-se 5 abstenções (1 da UDP e 4 do PS).

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Costa Andrade pediu a palavra para uma declaração de voto.

O Sr. Costa Andrade (PPD): - Sr. Presidente: Nós votámos contra essa proposta pelo arbítrio inadmissível que estabeleceria nestas relações, nestas matérias. Parece-me também que os Srs. Deputados que