Será bom, pois, que daqui alguém lhos diga para lá que, professor de agronomia de justa nomeada internacional, V. Ex.ª, como técnico da sua especialidade, não trabalhou exclusivamente no continente e na ilha da Madeira - mas também em Espanha o no Brasil, na Grã-Bretanha e em Angola, onde procedeu a estudos, fez conferências, dirigiu cursos, desenvolvendo toda uma actividade que não o honra apenas pessoalmente, mas honrou e honra, de forma particular, o País.
Vozes: - Muito bem!
Aplausos.
Aplausos.
O Orador: - Sr. Prof. Henrique de Barros:
Nós, socialistas, orgulhamo-nos de o ter por companheiro; orgulhamo-nos de que V. Ex.ª seja, como nós, português. E agradecemos-lhe tudo quanto, ao longo da sua vida, V. Ex.ª tem feito, exemplarmente, sempre exemplarmente, pelo País - agora ainda presidindo, com a maior dignidade, a esta Assembleia Constituinte, em prejuízo do seu descanso e até da sua saúde.
Quanto aos desconchavos da juventude pepedista do Funchal ...
Uma voz: - São miúdos reaccionários.
O Orador: - Oxalá fosse possível salvar esses rapazes e chamá-los ao bom caminho levando-os, não somente ao trabalho útil, mas, do mesmo modo, levando-os a respeitar os outros, mesmo que seus adversários políticos.
Porque só assim eles se respeitarão a si próprios!
Uma voz: - Nasceram tortos, já não se endireitam ...
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Não vêem esses rapazinhos a parvoíce que fizeram metendo-se onde não eram chamados, denegrindo pessoas e factos apenas pelo prazer de denegrir e dizendo disparates que perfeitamente se dispensavam?
Quem lhos desse duas boas surras!
Aplausos.
Acontece que no próprio dia em que os meninos pêpêdistas do Funchal se rebolavam de gozo estéril - mentindo e injuriando -, a Juventude do Partido Socialista, cônscia da sua patriótica missão, anunciava aos madeirenses, através do mesmo Diário de Notícias, a próxima abertura de cursos de alfabetização de adultos, orientados por professores.
Vozes: - Muito bem!
Aplausos.
O Orador: - São duas concepções da política e da acção que cabe aos partidos - são dois comportamentos que o povo ilhéu há-de, necessariamente, considerar e julgar ...
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - ... com o seu sentido da justiça e da honestidade que ainda tem, não obstante todas as campanhas de obscurantismo com que pretenderam ou pretendem iludi-lo e ludibriá-lo, no tempo de Salazar e Caetano como nos dias de hoje, afinal.
Vozes: - Muito bem!
Aplausos.
O Orador: - O povo, efectivamente, nos julgará a todos! Nisto tem razão o nosso colega Américo dos Reis Duarte...
Não quero terminar, Sr. Presidente e Srs. Deputados, sem desta tribuna dirigir uma fraterna o amiga saudação à população do arquipélago da Madeira - que nos merece, continua a merecer, a nós, socialistas, respeito total.
Admiramos esse povo lutador, esse povo sofredor, sabemos das suas aspirações, conhecemos os seus anseios, e estamos convictos de que os problemas